Israel monta equipe para mentir na web

Antes de os EUA anunciarem a criação de departamento ligado diretamente ao gabinete do presidente Barack Obama, para controlar informações na intenet e atuar na contra-informação, através da web, Israel já atuava no setor.
"As mensagens de apoio ao Estado sionista em sites, fóruns, chats, twitter, facebook em diversos idiomas, em numerosos países, são todas mentirosas, fruto do trabalho de equipe cuja tarefa é navegar na rede 24 horas por dia", denuncia jornalista e escritor Jonathan Cook, baseado em Nazaré, Israel.
Segundo Cook, os membros da equipe fazem tudo para desacreditar os que defendem os direitos humanos e justiça para os palestinos.
Jovens israelitas sedentos de internet, principalmente aqueles que se formaram recentemente e soldados desmobilizados, mas com conhecimentos de línguas, são recrutados para atuarem como cibernautas normais enquanto divulgam as posições do governo sobre o conflito no Médio Oriente.

Cook entrevistou o responsável pelo projeto judeu, Ilan Shturman, do Ministério da Informação e Negócios de Israel.

"Para todas as intenções e propósitos, a internet é teatro de operações no conflito israelo-palestino e nós temos de ser ativos nesse teatro, caso contrário, perdemos", disse Shturman.
El acrescenta que os agentes não se identificam necessariamente como israelitas. "Falam como cibernautas e cidadãos e escrevem respostas que parecem pessoais, mas são respostas baseadas em lista de mensagens que o governo de Israel desenvolveu", afirma
Shturman.
Segundo Cook, a equipe fica sob a autoridade do departamento que já lida com aquilo a que os israelitas apelidam de hasbara, oficialmente traduzido por "explicações públicas", mas que geralmente significa propaganda.
Inclui não apenas o trabalho de relações públicas do governo como assuntos mais secretos que o ministério tem, no mundo, com várias organizações privadas e iniciativas que promovem a imagem de Israel na imprensa, na TV e na internet.

A operação conta com ação de milhares de voluntários de comunidades judaicas no estrangeiro, inclusive no Brasil, segundo Shturman.
"Nós fornecemos o material de enquadramento e de hasbara para esses recrutados representarem o ponto de vista de Israel no sites de notícias e em sondagens na internet em seus respectivos países", acrescenta ele.

O Shturman diz que a equipe concentra as atividades nos sites europeus nos quais as audiências eram mais hostis à política de Israel.
Israel desenvolve este tipo de trabalho desde 2005, quando estudos persuadiram que o governo sionista deveria publicar boas notícias sobre sucesso no mundo empresarial e publicar igualmente descobertas científicas e médicas que envolvem israelitas.
O Shturman afirma que o objetivo final é difundir a imagem de Israel como estado desenvolvido que contribui para a qualidade do ambiente para a humanidade.
Não obstante ter sido criticado por organizações de direitos humanos por enganar os visitantes sobre aquilo que era mostrado nas imagens, o movimento israelita tem
conta num dos sites mais populares no site de partilha de vídeos, YouTube, onde disponibilizava vídeos regularmente.
Rona Kuperboim, colunista no Ynet, o site de notícias mais popular de Israel, denunciou a iniciativa acrescentando que era indicador de que Israel tinha tornado-se "estado de polícia do pensamento".

Disse ainda que "boas relações públicas não tornam a realidade nos territórios palestinos ocupados mais bonita. Isso porque nesses territórios estão sendo assassinadas crianças, lares são bombardeados e famílias morrem de fome", afirmou
Rona Kuperboim.

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