Apesar de ser combatida por quem defende a originalidade das línguas portuguesa e espanhola, forma de comunicação consolida-se nas fronteiras do Brasil com a América do Sul
Gilberto Barros Lima
Acadêmico de Relações Internacionais do Instituto Blumenauense de Ensino Superior
A globalização modifica aspectos culturais das sociedades e freqüentemente tais efeitos implicam na agregação de elementos, para o conhecimento de usos e costumes, e na propagação de peculariedades regionais, como fatores de integração entre povos.
Neste contexto, a comunicação é preponderante e o idioma não pode ser o obstáculo ao entendimento e compreensão, seja nas rodadas das negociações, nas cooperações bilaterais ou multilaterais e muito menos nos intercâmbios e nas relações internacionais.
No espaço territorial sul-americano, reinam o português e o espanhol, frutos das heranças coloniais que dominaram o continente e tomaram a posse da língua nativa, pronunciada pela nação indígena.
Hoje, independente da importância de aprender-se corretamente ambos os idiomas, o que impressiona neste período de mudanças é a constante usualidade da junção dessas línguas distintas, gerando o chamado portunhol, miscelânea de termos do português com o espanhol erroneamente pronunciado.
A língua espanhola é compreendida com mais facilidade pelo brasileiro do que o português pelo espanhol.
Essa característica tem feito com que muitos brasileiros, que nunca estudaram o espanhol, considerem-se conhecedores do idioma de Cervantes, ignorando a necessidade de virem a aprendê-lo.
Tal postura impulsiona em muitos o uso do portunhol como se estivessem falando fluentemente o espanhol.
A situação ampliou-se com o advento do Mercosul, porque a relação entre os países exige o conhecimento do espanhol que é idioma conhecido por grande parte da sociedade mundial e detém o segundo lugar como instrumento de comunicação no mercado internacional.
Porém, antes mesmo de protestar contra o uso indiscriminado do portunhol, deve-se pesquisar alguns conceitos de sua fase originária, pois no debate sobre a permissão ou proibição deste fenômeno é constatado que muitos referem-se ao portunhol como interlíngua, utilizada constantemente pelos habitantes das regiões fronteiriças.
Há autoridades brasileiras que chegam a considerar o portunhol como a língua mercosulina.
A situação provoca séria polêmica devido ao fato de o portunhol não ser assimilado pelas gramáticas dos idiomas que tenta representar.
De outra maneira, é interessante observar que quanto mais a língua for falada, conseqüentemente, ganha vivacidade, haja vista a sua consolidação.
O bilingüismo existente na fronteira com países da América do Sul possibilita a continuidade do uso do portunhol, que passou a ser aspecto cultural da localidade; a simples convivência dos habitantes concretizou o portunhol como forma rotineira de comunicação.
Desse modo, a consolidação do portunhol ganha espaço e notoriedade, apesar de ser combatido por quem defende a originalidade das línguas portuguesa e espanhola.
O portunhol propaga-se maciçamente pelos territórios circunvizinhos e se aproxima cada vez mais dos maiores centros urbanos.
A utilização do portunhol pelos brasileiros faz com que se cometa graves enganos e repetidas descortesias; a ilusão de pensar que não necessita o estudo do espanhol muitas vezes rende confusões e a interferência negativa pelos constantes erros ocasionados pela mistura das línguas é um dos piores contratempos observados pelos professores de ambos os idiomas.
O questionamento é se o portunhol poderá ser considerado língua falada no continente sul-americano.
Outra pergunta: qual será o impacto dessa forma de comunicação na cultura sul-americana?
Vale ressaltar que independentemente do conhecimento da língua, há a necessidade de entendimento da cultura para a compreensão de todos os aspectos da latinidade presente no continente.
De qualquer forma, não se deve subestimar os fenômenos da realidade contemporânea e muito menos duvidar das ocorrências promovidas pelas rápidas transformações globalizadoras.
No contexto em que milhares de usuários desta forma de comunicação não disponibilizam de tempo e nem de dinheiro para o aprendizado correto do português e do espanho persiste o surpreendente portunhol.
Face ao crescente desafio, os países deveriam aplicar permanentemente nos currículos escolares o estudo do português e do espanhol.
É fundamental o conhecimento das duas línguas para evitar deduções absurdas do vocabulário de ambos idiomas.
Não há credibilidade no universo globalizado para a perpetuação de situações constrangedoras ocasionadas pelo uso errado das línguas no processo permanente da integração regional.
Gilberto Barros Lima
Acadêmico de Relações Internacionais do Instituto Blumenauense de Ensino Superior
A globalização modifica aspectos culturais das sociedades e freqüentemente tais efeitos implicam na agregação de elementos, para o conhecimento de usos e costumes, e na propagação de peculariedades regionais, como fatores de integração entre povos.
Neste contexto, a comunicação é preponderante e o idioma não pode ser o obstáculo ao entendimento e compreensão, seja nas rodadas das negociações, nas cooperações bilaterais ou multilaterais e muito menos nos intercâmbios e nas relações internacionais.
No espaço territorial sul-americano, reinam o português e o espanhol, frutos das heranças coloniais que dominaram o continente e tomaram a posse da língua nativa, pronunciada pela nação indígena.
Hoje, independente da importância de aprender-se corretamente ambos os idiomas, o que impressiona neste período de mudanças é a constante usualidade da junção dessas línguas distintas, gerando o chamado portunhol, miscelânea de termos do português com o espanhol erroneamente pronunciado.
A língua espanhola é compreendida com mais facilidade pelo brasileiro do que o português pelo espanhol.
Essa característica tem feito com que muitos brasileiros, que nunca estudaram o espanhol, considerem-se conhecedores do idioma de Cervantes, ignorando a necessidade de virem a aprendê-lo.
Tal postura impulsiona em muitos o uso do portunhol como se estivessem falando fluentemente o espanhol.
A situação ampliou-se com o advento do Mercosul, porque a relação entre os países exige o conhecimento do espanhol que é idioma conhecido por grande parte da sociedade mundial e detém o segundo lugar como instrumento de comunicação no mercado internacional.
Porém, antes mesmo de protestar contra o uso indiscriminado do portunhol, deve-se pesquisar alguns conceitos de sua fase originária, pois no debate sobre a permissão ou proibição deste fenômeno é constatado que muitos referem-se ao portunhol como interlíngua, utilizada constantemente pelos habitantes das regiões fronteiriças.
Há autoridades brasileiras que chegam a considerar o portunhol como a língua mercosulina.
A situação provoca séria polêmica devido ao fato de o portunhol não ser assimilado pelas gramáticas dos idiomas que tenta representar.
De outra maneira, é interessante observar que quanto mais a língua for falada, conseqüentemente, ganha vivacidade, haja vista a sua consolidação.
O bilingüismo existente na fronteira com países da América do Sul possibilita a continuidade do uso do portunhol, que passou a ser aspecto cultural da localidade; a simples convivência dos habitantes concretizou o portunhol como forma rotineira de comunicação.
Desse modo, a consolidação do portunhol ganha espaço e notoriedade, apesar de ser combatido por quem defende a originalidade das línguas portuguesa e espanhola.
O portunhol propaga-se maciçamente pelos territórios circunvizinhos e se aproxima cada vez mais dos maiores centros urbanos.
A utilização do portunhol pelos brasileiros faz com que se cometa graves enganos e repetidas descortesias; a ilusão de pensar que não necessita o estudo do espanhol muitas vezes rende confusões e a interferência negativa pelos constantes erros ocasionados pela mistura das línguas é um dos piores contratempos observados pelos professores de ambos os idiomas.
O questionamento é se o portunhol poderá ser considerado língua falada no continente sul-americano.
Outra pergunta: qual será o impacto dessa forma de comunicação na cultura sul-americana?
Vale ressaltar que independentemente do conhecimento da língua, há a necessidade de entendimento da cultura para a compreensão de todos os aspectos da latinidade presente no continente.
De qualquer forma, não se deve subestimar os fenômenos da realidade contemporânea e muito menos duvidar das ocorrências promovidas pelas rápidas transformações globalizadoras.
No contexto em que milhares de usuários desta forma de comunicação não disponibilizam de tempo e nem de dinheiro para o aprendizado correto do português e do espanho persiste o surpreendente portunhol.
Face ao crescente desafio, os países deveriam aplicar permanentemente nos currículos escolares o estudo do português e do espanhol.
É fundamental o conhecimento das duas línguas para evitar deduções absurdas do vocabulário de ambos idiomas.
Não há credibilidade no universo globalizado para a perpetuação de situações constrangedoras ocasionadas pelo uso errado das línguas no processo permanente da integração regional.
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