Jornal The New York Times dá credibilidade à idéia de ataque nuclear genocida ao Irã

"O fato de o respeitável diário considerar a perspectiva de extermínio em massa de milhões de iranianos por Israel como parte do debate político no Oriente Médio revela o grau em que o siono-fascismo infectou os mais altos círculos culturais e jornalísticos dos Estados Unidos"
Professor e escritor James Petras (foto)
Autor de The Power of Israel in the United States; seu livro mais recente é Zionism, Militarism And the Decline of U.S Power (Clarity Press Atlanta )
Para ler este texto no original em inglês, clique aqui


Em 18 de julho último, o jornal The New York Times publicou artigo do historiador e professor israelense Benny Morris, o qual advoga ataque nuclear genocida ao Irã que provavelmente mataria 70 milhões de iranianos – 12 vezes o número de judeus vítimas do holocausto nazista.
Diz o prof. Morris em seu artigo:
"Os líderes do Irã fariam bem em repensar seu jogo e suspender seu programa nuclear. Exceto isto, o melhor que eles poderiam esperar é que o assalto aéreo convencional de Israel destruiria as suas instalações nucleares. Isto certamente significaria milhares de baixas iranianas e humilhação internacional. Mas a alternativa é o Irã transformado em deserto nuclear".
Morris é consultor e conferencista freqüente do establishment político e militar israelense e tem acesso único aos planejadores militares estratégicos de Israel.

O pensamento de Morris e o seu apoio à maciça e brutal expulsão de todos os palestinos é do domínio público, mas
as suas visões genocidas não o impediram de receber numerosos prêmios acadêmicos.
Os escritos e pontos de vista de Morris estão publicados nos principais jornais de Israel e suas
considerações não são desconexas, nem de psicopata marginal.
Mas o que nos mostra
sobre a política e cultura dos EUA a publicação pelo New York Times deste artigo de Morris, que apela à incineração nuclear de 70 milhões de iranianos e a contaminação de milhões e milhões de pessoas no Oriente Médio, Ásia e Europa?
Mostra-nos muita coisa.
Pois o New York Times é o jornal que informa as "classes educadas" nos EUA, com seus suplementos dominicais, páginas literárias e editoriais; o jornal serve como 'consciência moral' de importantes setores da elite cultural, econômica e política do país.
Ao publicar tal artigo o New York Times proporciona respeitabilidade ao assassínio em massa, que os pontos de vista de Morris não obteriam se fossem, digamos, publicados apenas nos jornais neo-conservadores.
O fato de o The
New York Times considerar a perspectiva de extermínio em massa de milhões de iranianos por Israel como parte do debate político no Oriente Médio revela o grau em que o siono-fascismo infectou os mais altos círculos culturais e jornalísticos dos Estados Unidos.
Falando francamente, isto é o resultado lógico do endosso público do The New York ao bloqueio econômico de Israel destinado a esfaimar 1,4 milhão de palestinos em Gaza; do encobrimento do The
New York Times da influência israelense-sionista-AIPAC no lançamento da invasão estado-unidense do Iraque que levou ao assassínio de mais de um milhão de cidadãos iraquianos.
O The New York Times estabelece o tom para toda a cena cultural de Nova York, a qual privilegia os interesses israelenses ao ponto de assimilar dentro do discurso político estado-unidense não só a sua rotina de violações do direito internacional como as suas ameaças, na verdade promessas, de incinerar vastas áreas da Terra na busca da sua supremacia regional.
A concordância do The
New York Times em publicar o texto israelense advogando o genocídio-etnocídio conta-nos acerca da força dos laços entre publicação pró Israel aparentemente "liberal" e a direita totalitária israelense.
É como se se dissesse que para o establishment liberal pró Israel, os não judeus nazistas estão fora dos limites, mas as visões e políticas dos judeus fascistas merecem consideração cuidadosa e possível aplicação.

O artigo de Morris no The New York Times sobre o 'extermínio nuclear' não provocou qualquer oposição dos 52 presidentes das Major American Jewish Organizations (PMAJO) porque no seu boletim de informação diária, Daily Alert, esta organização publicou artigos de sionistas israelenses e estado-unidenses defendendo ataque nuclear ao Irã por Israel e/ou os EUA.

Em outras palavras, as visões totalitárias de Morris são parte da matriz cultural profundamente embebida nas redes organizacionais sionistas e sua extensão alcança círculos políticos e culturais nos EUA.

O que o The New York Times fez ao publicar a loucura de Morris foi levar o discurso genocida para fora da limitada circulação de influência sionista e para dentro da cultura predominante de milhões de leitores americanos.

Além de punhado de escritores (gentios e judeus) publicados em sites marginais, não houve condenação política ou moral no mundo literário, político e jornalístico a esta afronta à humanidade.
Não foi feita nenhuma tentativa de ligar as políticas totalitárias e genocidas de Morris às ameaças públicas oficiais de Israel e aos preparativos para a guerra nuclear.
Não há campanha anti-nuclear da parte dos nossos intelectuais públicos mais influentes para repudiar o Estado (Israel) e seus intelectuais públicos que preparam guerra nuclear com o potencial de exterminar mais de dez vezes o número de judeus massacrados pelos nazistas.
Incineração nuclear da nação iraniana é a mais evidente contrapartida israelense das câmaras de gás e dos fornos de Hitler.
O extermínio é a última etapa do sionismo: informado pela doutrina de dominar o Médio Oriente ou arruinar o ar e a terra do mundo.

Esta é a mensagem explícita de Morris (e dos seus patrocinadores oficiais israelenses) que, como Hitler, emitem ultimatos ao povo iraniano, 'render-se ou ser destruído" e que ameaça os EUA, juntem-se a nós no bombardeamento do Irã ou enfrentem catástrofe ecológica e econômica mundial.

Que Morris é absolutamente, gravemente e clinicamente insano está para além de qualquer dúvida.

O The New York Times, ao publicar os delírios genocidas de Morris, proporciona novos sinais de como o poder e a riqueza contribuíram para a degeneração de intelectuais judeus e da vida cultural nos EUA.
Para compreender as dimensões desta decadência precisamos apenas comparar o brilhante escritor trágico-romântico judeu-alemão Walter Benjamin, desesperadamente a fugir do avanço do terror totalitário nazista, com a criminosa defesa de Morris do terror nuclear sionista publicada no The New York Times.
O poder sionistas na América não é meramente a questão de lobby a influenciar decisões do Congresso e da Casa Branca quanto à ajuda externa a Israel.
O que está em causa hoje é a questão relacionada à defesa de guerra nuclear na qual 70 milhões de iranianos enfrentam o extermínio e a cumplicidade dos mass media (grande imprensa) dos EUA no fornecimento de plataforma, e mais ainda certa respeitabilidade política para o assassínio em massa e a contaminação global.
Ao contrário do passado nazista, não podemos afirmar, como o fizeram os bons alemães, que "nós não sabíamos" ou que "nós não fomos informados", porque foi escrito por eminente acadêmico israelense e foi publicado no The New York Times.

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