O poder das multinacionais não pára de crescer

Gilbert Gilles GERTEINY
Professor e consultor internacional

A economia globalizada aumenta a concentração dos grandes grupos empresariais, o que amplia as desigualdades e torna as estruturas sociais mais frágeis.
Essa foi a conclusão de estudo realizado por Sarah Anderson e John Cavanagh, do Instituto de Estudos Políticos, dos EUA. Segundo eles, a parte das riquezas mundiais que está nas mãos das 200 maiores companhias do mundo é considerável e está em constante crescimento, enquanto criam relativamente poucos empregos.
"O fato de reduzido número de companhias abocanhar o poder econômico está criando sério problema”, afirmam os dois estudiosos apontando alguns pontos importantes que sobressaem das pesquisas que realizaram:
--Entre as 100 maiores entidades econômicas mundiais, 51 são companhias e somente 49 países.
Wal Mart, a 12ª companhia ultrapassa a marca de 161 países.
O faturamento da GM é superior ao PNB da Dinamarca.

--O total das vendas das 200 maiores companhias mundiais é superior a um quarto da atividade econômica mundial
--Este mesmo total de vendas das 200 maiores companhias é superior à atividade econômica de todos os países juntos, com exceção dos nove primeiros mais ricos.
As nove nações mais ricas ultrapassam a economia somada de 182 países.

--A riqueza das 200 companhias alcança praticamente o dobro daquelas empresas que incluem quatro quintos dos mais pobres da humanidade.
--Dois terços da humanidade (20% mais pobres nos países ricos e 80% mais pobres nos países pobres) não têm acesso ao emprego nas fábricas das
200 maiores companhias mundiais e não podem, portanto, comprar seus produtos.
--No decorrer destes últimos anos, estas 200 companhias reduziram seus efetivos salariais.
Essas empresas totalizaram 18,8 milhões de empregos, o que representa menos de 0,7% da população ativa do mundo.

--As transações efetuadas entre as diferentes unidades da mesma companhia representam um terço do comércio mundial.
--As cinco companhias mais importantes da indústria automobilística totalizaram sozinhas 60% de todas as vendas de veículos do planeta.
No setor eletrônico, as cinco principais companhias fizeram 50% do total das vendas dos eletro-eletrônicos, no mundo.
Nos setores aeronáutico, aerospacial, do aço , do petróleo e da micro informática, da química e das mídias, as cinco maiores companhias realizaram mais de 30% do total das vendas globais.
Em todos estes domínios, existem cartéis que não permitem concorrências que possam fazer baixar os preços.

Conclusão do estudo de Sarah Anderson e John Cavanagh: “A concentração acelerada das grandes companhias, favorece a ampliação das desigualdades, fragilizando, assim, as nossas estruturas sociais”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Buscar neste site: