Coreanos do Norte querem viver pacificamente

Desde 1945, quando os EUA usaram bombas atômicas, já houve 2.054 testes de armas nucleares, quase todos realizados pelos 5 membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Apenas dois dos 2.054 testes foram executados pela Coreia do Norte

Por Deirdre Griswold (foto), de Nova York
Membro do Workers World Party e ex-candidata à Presidência da República dos EUA, em 1980.
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Eis como o povo da República Democrática Popular da Coreia (RDPC, ou Coreia do Norte) encara a situação com os EUA, baseado em conversações com membros do principal partido político do país, o Partido dos Trabalhadores da Coreia.
A guerra não é abstração para o coreano não é algo jogado na tela de computador. Toda família coreana foi afetada pela guerra.
Hoje, quando já não há mais União Soviética ou bloco do Leste de países socialistas, para a Coreia a Guerra Fria continua.

A Coreia do Norte é o seu alvo.

A Coreia do Sul é colônia do imperialismo estado-unidense e sempre o foi desde que as tropas dos EUA tomaram o comando após a derrota do Japão na II Guerra Mundial.
As tropas ocuparam a Coreia do Sul em 1945 sob o pretexto de desarmar as tropas japonesas, mas o seu objetivo real era capturar toda a Coreia e transformá-la em cabeça-de-ponte para a dominação da Ásia.
De 1910 a 1945 a Coreia foi colônia do Japão.

Os EUA apoiaram-se fortemente naqueles que haviam colaborado com a dominação japonesa quando estabeleceram governo de ocupação no Sul.

Contudo, foram os combatentes da resistência contra o Japão que formaram a RDPC, no Norte.
Durante cinco anos os EUA prepararam-se para guerra na Coreia, a qual teve início em 25 de junho de 1950.
De 1950 a 1953 os EUA comprometeram na guerra um terço das suas forças terrestres, um quinto da sua força aérea e a maior parte da sua frota do Pacífico. Juntamente com tropas dos seus países satélites e do exército da sul-coreano, o qual incluía remanescentes do antigo Exército Imperial Japonês, total de mais de 2 milhões de tropas foram lançados contra a Coreia do Norte.
Os EUA utilizaram 73 milhões de toneladas de material de guerra — 11 vezes mais do que na Guerra do Pacífico — e gastaram US$165 bilhões, quantia enorme naqueles dias.
A Coreia do Norte tinha apenas dois anos de existência quando começou a guerra; era sobretudo um país agrícola com recursos materiais e armamentos muito limitados.
No entanto, ao contrário de todas as suas expectativas, os EUA não puderam vencer a guerra e sofreram grandes perdas.
O combate parou em 1953 após acordo de armistício, ou cessar-fogo.
Foi estabelecida zona desmilitarizada (ZDM) entre o Norte e o Sul.
Abaixo da ZDM, os EUA mantiveram tropas com mais de 40 mil homens, prontos a retomar a guerra.
Desde então, nunca houve acordo de paz entre os dois países. Enquanto os coreanos tentaram muitas vezes colocar as conversações de paz na agenda, os EUA recusaram. Isto significa que a guerra poderia ser retomada a qualquer momento. Desde a sua fundação em 1948, a Coreia do Norte tem estado exposta à ameaça de ataque nuclear por parte dos EUA.
O povo coreano orgulha-se da sua independência e está determinados a desenvolver o país de acordo com a própria vontade, no caminho socialista, não em direção que ditada do exterior.

É devido a estas ameaças infindáveis de outra guerra na Coreia que a Coreia do Norte está determinada a desenvolver a sua própria defesa nuclear.

Por isto o país é atacado como se fosse "ameaça à paz mundial".

Tal acusação é ridícula.

O fato de apenas os dois testes da Coreia do Norte serem considerados para sanção pelo Conselho de Segurança da ONU mostra a arrogância e unilateralismo dos imperialistas e das potências poderosas contra países mais pequenos.
Não há justiça; países pequenos e fracos devem obedecer às grandes potências.
Mas hoje nenhuma nação quer ser tratada desta forma.
Nas Nações Unidas, a Coreia do Norte apresentou protesto vigoroso, afirmando que fará o que for preciso para defender-se, apesar de quaisquer sanções.

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