
Por Deirdre Griswold (foto), de Nova York
Membro do Workers World Party e ex-candidata à Presidência da República dos EUA, em 1980. Clique aqui para ler o original deste texto em inglês
Eis como o povo da República Democrática Popular da Coreia (RDPC, ou Coreia do Norte) encara a situação com os EUA, baseado em conversações com membros do principal partido político do país, o Partido dos Trabalhadores da Coreia.
A guerra não é abstração para o coreano não é algo jogado na tela de computador. Toda família coreana foi afetada pela guerra.
Hoje, quando já não há mais União Soviética ou bloco do Leste de países socialistas, para a Coreia a Guerra Fria continua.
A Coreia do Norte é o seu alvo.
A Coreia do Sul é colônia do imperialismo estado-unidense e sempre o foi desde que as tropas dos EUA tomaram o comando após a derrota do Japão na II Guerra Mundial.
As tropas ocuparam a Coreia do Sul em 1945 sob o pretexto de desarmar as tropas japonesas, mas o seu objetivo real era capturar toda a Coreia e transformá-la em cabeça-de-ponte para a dominação da Ásia.
De 1910 a 1945 a Coreia foi colônia do Japão.
Os EUA apoiaram-se fortemente naqueles que haviam colaborado com a dominação japonesa quando estabeleceram governo de ocupação no Sul.
Contudo, foram os combatentes da resistência contra o Japão que formaram a RDPC, no Norte. Durante cinco anos os EUA prepararam-se para guerra na Coreia, a qual teve início em 25 de junho de 1950.
De 1950 a 1953 os EUA comprometeram na guerra um terço das suas forças terrestres, um quinto da sua força aérea e a maior parte da sua frota do Pacífico. Juntamente com tropas dos seus países satélites e do exército da sul-coreano, o qual incluía remanescentes do antigo Exército Imperial Japonês, total de mais de 2 milhões de tropas foram lançados contra a Coreia do Norte.
Os EUA utilizaram 73 milhões de toneladas de material de guerra — 11 vezes mais do que na Guerra do Pacífico — e gastaram US$165 bilhões, quantia enorme naqueles dias.
A Coreia do Norte tinha apenas dois anos de existência quando começou a guerra; era sobretudo um país agrícola com recursos materiais e armamentos muito limitados.
No entanto, ao contrário de todas as suas expectativas, os EUA não puderam vencer a guerra e sofreram grandes perdas.
O combate parou em 1953 após acordo de armistício, ou cessar-fogo.
Foi estabelecida zona desmilitarizada (ZDM) entre o Norte e o Sul.
Abaixo da ZDM, os EUA mantiveram tropas com mais de 40 mil homens, prontos a retomar a guerra.
Desde então, nunca houve acordo de paz entre os dois países. Enquanto os coreanos tentaram muitas vezes colocar as conversações de paz na agenda, os EUA recusaram. Isto significa que a guerra poderia ser retomada a qualquer momento. Desde a sua fundação em 1948, a Coreia do Norte tem estado exposta à ameaça de ataque nuclear por parte dos EUA.
O povo coreano orgulha-se da sua independência e está determinados a desenvolver o país de acordo com a própria vontade, no caminho socialista, não em direção que ditada do exterior.
É devido a estas ameaças infindáveis de outra guerra na Coreia que a Coreia do Norte está determinada a desenvolver a sua própria defesa nuclear.
Por isto o país é atacado como se fosse "ameaça à paz mundial".
Tal acusação é ridícula.
O fato de apenas os dois testes da Coreia do Norte serem considerados para sanção pelo Conselho de Segurança da ONU mostra a arrogância e unilateralismo dos imperialistas e das potências poderosas contra países mais pequenos.
Não há justiça; países pequenos e fracos devem obedecer às grandes potências. Mas hoje nenhuma nação quer ser tratada desta forma.
Nas Nações Unidas, a Coreia do Norte apresentou protesto vigoroso, afirmando que fará o que for preciso para defender-se, apesar de quaisquer sanções.
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