Mundo já tem 200 milhões de imigrantes

Ilustração de Bahram Arjmandnia, Irã
ONU critica o endurecimento de leis contra quem migra e sugere que os países recebam melhor os estrangeiros, para beneficiar o crescimento de suas economias

O número de imigrantes no mundo já supera os 200 milhões, segundo relatório publicado nesta terça-feira pela Organização Internacional para a Imigração (OIM), organismo da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Em 2005, existiam 191 milhões de imigrantes, quase duas vezes e meia o número de 1965", afirmou o documento intitulado World Migration Report 2008.
Segundo o documento, mais chamativa do que o crescimento do número de imigrantes é a maior diferença de origens e distribuição desses imigrantes.
O relatório afirma que após a 2ª Guerra Mundial, apenas alguns países passaram a receber regularmente imigrantes, especialmente europeus.
"Hoje, os padrões de movimento são tais que a maior parte dos países é simultaneamente de origem, trânsito e destino (de imigrantes)", afirma o relatório.
"A crise econômica mundial não deve levar a número maior ou menor de imigrantes", afirmou Jemini Pandya, porta-voz da OIM.
A organização sugere que os países, em vez de estimular a imigração ilegal aumentando as restrições, preparem-se melhor para receber os imigrantes, para beneficiar o crescimento de suas economias.
"Os fatores que estimularam os movimentos migratórios nas últimas décadas, como a maior globalização, facilidade de transporte e acesso a informação não devem desaparecer", afirma Pandya.
Ele acrescenta que os motivos que levam as pessoas a mudar de país também não desapareceram e que endurecimento nas leis dos países de destino gera quantidade maior de imigrantes ilegais.
E concluiu: "esses países, especialmente os europeus, devem analisar como estará sua força de trabalho no futuro, quais os setores que devem estar mais deficientes e se preparar para acolher o número necessário de pessoas".
Brasil e Argentina, países que historicamente costumavam atrair imigrantes, passaram a fornecer migrantes nas últimas décadas, geralmente para os Estados Unidos e a Europa.
A Argentina é o país sul-americano com o maior número de imigrantes, cerca de 1,5 milhão, seguido da Venezuela (um milhão) e do Brasil (641 mil), diz o relatório.
Quando a Argentina atravessou a crise econômica de 2002, cerca de 300 mil imigrantes deixaram o país.

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