Crise passa ao lado, mas, embora o Brasil esteja fortalecido, o país não está em outro planeta

Pesquisas da Federação das Indústrias de São Paulo e Federação do Comércio de São Paulo mostram que a trajetória da economia brasileira é de crescimento de emprego, de renda e de crédito

Por Marcelo Gonçalves
Diretor de auditoria da BDO Trevisan


O Brasil não está sendo afetado de forma direta pela crise de crédito dos EUA.
Nossa economia está mais sólida e mais resistente a problemas como os que vêm atingindo europeus e os norte-americanos. Mesmo assim, apesar de o Brasil estar fortalecido economicamente, não estamos em outro planeta.
Vivemos em economia globalizada, na qual as fronteiras comerciais são mais fáceis de serem cruzadas.
Os problemas econômicos dos Estados Unidos poderão afetar nos próximos meses as importações e exportações mundiais; isto será inevitável.
Hoje já há muitas operações fechadas, mas, a médio prazo, as empresas que precisarem de linha de crédito para financiamento de importação ou exportação poderão sentir a diferença.
Por exemplo: as empresas que compram os produtos que o Brasil exporta terão dificuldades de conseguir créditos para comprar de nossas empresas.
Isso poderá diminuir parte do volume de exportações.
Mesmo assim, no caso brasileiro, os empresários não estão preocupados porque, o que não for pra fora, será comercializado no mercado interno.

Por outro lado, os efeitos dessa crise externa terão baixo impacto.
Mais de 90% dos ativos dos bancos brasileiros são representados por investimentos e devedores no próprio país, através do governo federal e de operações de crédito negociadas aqui.
Isso porque os bancos que captam recursos no exterior como funding para essas operações, com certeza vão transferir esses aumentos aos tomadores no país.

No passado, em situações semelhantes de crise de crédito, o Brasil era um dos países que também passava por dificuldades, principalmente quando dependia do Fundo Monetário Internacional.
Hoje, as empresas de auditoria trabalham para que empresas e instituições financeiras, através de gerenciamento de riscos e planejamentos, sejam o mais transparentes possível e, com transparência, o caminho leva para o distanciamento de qualquer situação de crise.

Os empresários não devem deixar se iludir com o nome “crise” e embarcar numa onda de pessimismo. Isso não fará bem para a progressão dos negócios e também do mercado, de maneira geral.
Após o anúncio do pacote de ajuda dos Estados Unidos, que liberou mais de US$ 850 bilhões para socorrer o sistema financeiro, tudo começou a voltar à normalidade. As bolsas voltaram a operar em alta – apesar de algumas oscilações- ; o câmbio está variando a patamares aceitáveis para nossa economia; e os negócios: vão bem obrigado!

Algumas pesquisas feitas por instituições para medir os impactos da crise internacional aqui dentro do País, como a Federação das Indústrias de São Paulo, a Federação do Comércio de São Paulo, entre outras, mostram que a trajetória da economia brasileira é de crescimento de emprego, de renda e de crédito. São fatores fundamentais para não deixar “a peteca cair”.
O brasileiro só vai achar que a crise está afetando o país se alguém do lado dele perder o emprego.
Lá fora, os analistas já dizem que as coisas devem voltar à normalidade gradativamente e que, já no segundo semestre de 2009, poderemos ver a economia globalizada novamente fortalecida.
O Brasil se tornou um país com grau de investimento seguro no meio da “crise” e vem se mantendo firme, com economia forte, até então.
Isso deve ser exemplo para outras economias globais.

É claro, como disse antes, não vivemos em outro planeta.
Atenção nunca é demais. Evitar financiamentos de longo prazo sempre foi recomendado, porém, se não tiver outra opção, o consumidor deverá pesquisar e optar pela menor taxa de juros.

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