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1. Universidade para quadros do Movimento dos Sem-Terra.
Excelente notícia publicada no último domingo pelo jornal O Estado de S. Paulo, assinada pelo repórter Roldão Arruda: aUniversidade Federal de Sergipe formou primeira turma de agronomia no País em que todos os formandos são originários de assentamentos da reforma agrária, a maioria deles ligados ao Movimento dos Sem-Terra (MST).
Segundo o repórter, a formatura é apenas indicador de movimento muito mais amplo que vem ocorrendo nas universidades públicas brasileiras: a rápida expansão de cursos especiais para jovens e adultos de assentamentos.
"Essa mudança começou a ganhar força em 2003 – o início do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Naquele ano o Brasil dispunha de 13 cursos universitários para assentados – todos na área pedagógica – e 922 alunos matriculados; hoje são 49 cursos, com 3.649 estudantes, divididos em diferentes áreas: da pedagogia ao direito, passando por ciências sociais, agronomia e geografia", diz o repórter.
O motor está no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mais exatamente numa de suas divisões, o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).
Os cursos para assentados são considerados especiais por vários motivos.
Em primeiro lugar, as vagas só podem ser preenchidas por candidatos indicados pelas comunidades rurais de origem e desde que eles apresentem um atestado do Incra, comprovando sua ligação com a reforma agrária.
Em segundo lugar, não enfrentam os vestibulares comuns: fazem concurso à parte, para escolher os mais capacitados; além disto, as turmas funcionam com calendário escolar próprio, que permite aos estudantes alternar atividades acadêmicas com trabalhos no campo.
Por fim, a maioria deles conta com alojamentos especiais e ajuda de custo, no valor de R$ 300.
Na opinião do professor Givaldo Hipólito, da coordenação pedagógica do chamado Projeto de Qualificação em Engenharia Agronômica para Jovens e Adultos da Reforma Agrária (Proquera), da Federal de Sergipe, o investimento vale a pena.
Ele observa que, dos 60 aprovados inicialmente para o curso, apenas 6 desistiram – o que representa 10%, taxa menor que a média universitária, de 30%.
"São alunos esforçados, que enfrentaram o currículo e a carga horária comuns aos outros estudantes, submeteram-se a todos os exames e provas e saíram-se bem, com boas notas", afirma Hipólito.


2. Poste ecológico do Rio para países árabes
A empresa carioca ZIPlux, que desenvolveu forma inovadora para iluminação das vias públicas, está prestes a conquistar o mercado árabe.
A ZIPlux é uma das empresas incubadas da Coordenação dos Programas de Pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) e comandada por 10 profissionais: quatro engenheiros, dois designers e três engenheiros de vendas.
A grande inovação do equipamento é que ele não usa luminária ou conjuntos ópticos no topo do poste para dispersar a luz – a fonte luminosa é lâmpada refletora própria para uso conjunto com cabo de fibras óticas.
Ela fica localizada dentro da base do poste, a cerca de 1,50 metro do chão.
Daí a luz é conduzida para o alto do totem de aço, a mais de 4 metros de altura, por meio de cabos de fibra óptica sem nenhum tipo de luminária.
"A economia é enorme porque mais de 99% da luz gerada chega ao ponto que se quer. Como é flexível, o sistema funciona com energia elétrica ou solar e a manutenção pode ser feita por apenas uma pessoa. A lâmpada tem vida útil que pode chegar a 50 mil horas, cerca de 20 mil a mais do que a usada hoje", afirma o designer Walen Nogueira Cruz Júnior, diretor da ZIPlux e um dos idealizadores do projeto.
"Esperamos que nosso produto seja aplicado em larga escala no Oriente Médio. Nosso mercado depende da construção civil e como temos rede de contatos na região, fomos informados que mais de 30% dos guindastes do mundo estão por lá. Os Emirados Árabes Unidos são um mercado extremamente atraente", afirma Júnior.
A origem do sistema ocorreu quase por acaso: em 1998, Walen Júnior ficou uma hora e meia preso em engarrafamento por causa da manutenção da iluminação pública. Naquele dia nasceu a idéia de criar poste com manutenção mais simples e projeto sobre o tema foi apresentado como trabalho de conclusão de curso de Desenho Industrial em 1998, da UFRJ.
De lá para cá, a idéia e o protótipo foram evoluindo até que, em 2005, foi aprovado plano de negócios junto à incubadora da Coppe/UFRJ.

3. Brasil recupera palavra rapadura
O palavra "rapadura" poderá voltar a ser usada livremente em produtos brasileiros vendidos para o exterior.
Após dois anos de negociações com o Itamaraty, a empresa alemã Rapunzel Naturkost comunicou à embaixada brasileira na Alemanha que renunciará aos registros que fez do termo rapadura nos órgãos de proteção a marcas e patentes dos Estados Unidos e da Alemanha.
A empresa aceitou a proposta brasileira de manter apenas o registro composto da marca – rapadura Rapunzel –, sem exclusividade sobre o termo rapadura.
O resultado evita que exportadores brasileiros de açúcar mascavo tenham que pagar royalties à Rapunzel Naturkost ao venderem para os EUA e Alemanha.
Nos dois últimos anos, a empresa se negou a cancelar os registros da marca "rapadura" que fez em 1989, na Alemanha, e em 1993, nos Estados Unidos.
Chegou a oferecer ao Brasil a titularidade dos registros, desde que recebesse em troca a licença de uso da marca.
"Mas, como o nome rapadura é genérico e, portanto, não pode ser apropriado, a oferta foi rejeitada", diz o diplomata Fábio Schmidt, da divisão de propriedade intelectual do Itamaraty.
A contraproposta brasileira foi de que a empresa registrasse nome composto, sem exclusividade sobre o termo rapadura, o que foi aceito.
"A Convenção de Paris e o acordo Trips, dos quais os países envolvidos são signatários, garantem que nomes genéricos não tenham exclusividade", explica Schmidt
Segundo ele, há outras negociações em andamento no Itamaraty.
Para evitar outros registros de nomes genéricos no exterior, o grupo interministerial criou lista com cerca de 6,7 mil nomes comuns e científicos da biodiversidade vegetal brasileira, distribuída a cem embaixadas brasileiras e aos países membros da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI).
O Brasil já enfrentou o mesmo problema antes com empresas japonesas – que registraram como marcas o cupuaçu e o açaí; registros cancelados mais tarde.

4. Leste da África enfrenta catástrofe alimentar
A região leste da África necessita urgentemente de ajuda humanitária, em momento em que secas, episódios de violência e o aumento dos preços dos alimentos destroem os países dessa parte do continente, disse a Oxfam International, instituição de caridade sediada no Reino Unido.
Estimados 4,6 milhões de pessoas da Etiópia precisam de ajuda emergencial, quase o dobro do total de indivíduos que necessitavam de ajuda no início deste ano; na Somália, 2,6 milhões de pessoas precisam de assistência de emergência, número que poderá subir para 3,5 milhões, ou metade da população do país, até o final deste ano, segundo a Oxfam.
"Essa catástrofe piora a cada momento. Temos tempo de agir", disse no comunicado Rob McNeil, porta-voz da Oxfam.
McNeil, que visitou as regiões de Somali e Afar, na Etiópia, informou que as pessoas de vilarejos estavam triturando pelotas de ração animal e misturando-as ao mingau para alimentar suas famílias, enquanto que algumas estradas estavam cheias de animais de criação mortos, devido à falta de pastagens e de água.
A Oxfam soma-se a organizações de ajuda humanitária, como a Médicos Sem Fronteiras, e à Organização das Nações Unidas (ONU), na emissão de alertas sobre a piora da situação na região leste da África este ano.
As agências de ajuda humanitária que estão tentando reduzir o problema enfrentam déficit de US$ 211 milhões e podem ser obrigadas a reduzir as rações de alimentos concedidas a famílias pobres, disse o departamento humanitário da ONU esta semana.

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