Países emergentes mantêm padrão de vida dos EUA

Norte-americanos desfrutam de qualidade de vida seis vezes superior a sua renda, graças ao gigantesco fluxo de capitais que recebem de outros países


Terry McKinley: iniqüidades flagrantes dos desequilíbrios globais


Texto de Sarah Fernandes, da
PrimaPagina

Direcionar os investimentos de países de renda média para países pobres ou aplicá-los nacionalmente ao invés de destiná-los aos Estados Unidos, principal recebedor de recursos internacionais, traria impacto positivo na redução da pobreza. Isso porque o capital aplicado possibilitaria que mais bens e serviços estivessem disponíveis nos países pobres, o que melhoraria o padrão de vida das populações.
A avaliação é do estudo
"As Iniqüidades Flagrantes dos Desequilíbrios Globais", sobre fluxo de capital estrangeiro feito pelo Centro Internacional de Pobreza, instituição de pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), resultado de parceria com o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), do Brasil.
A tendência registrada pelo estudo é que países ricos ou de renda média – como Japão, Alemanha, China, Arábia Saudita e Rússia – têm feito investimentos em outras nações ricas, gerando desigualdade no fluxo de capital.
O principal destino dos investimentos são os EUA que, apesar de apresentar economia avaliada como frágil, possui grande demanda por bens e serviços.

“Clara ilustração dessa desigualdade é a média dos déficits americanos nos últimos anos, que tem sido três vezes superior ao total do Produto Interno Bruto da África Subsaariana”, afirma o texto.

"A população dos EUA desfruta de nível de vida seis vezes superior a sua renda, graças ao gigantesco e contínuo fluxo de capitais originários de outros países. Em termos globais, os EUA estão tornando-se país altamente devedor", segundo o texto.
Para o economista Terry McKinley e para o professor Alex Izurieta, autores do trabalho, os Estados Unidos possuem estrutura de bens e serviços que seriam mais importantes para o desenvolvimento se estivessem disponíveis em países pobres.
"Baseadas efetivamente nos empréstimos de outros países, as famílias americanas têm monopolizado bens e serviços que teriam impactos mais importantes no bem estar humano global caso fossem consumidos em países mais pobres", diz McKinley.
A fim de atrair investimentos para países em desenvolvimento é necessário adotar medidas de incentivo à demanda de bens e serviços em outros países que não os Estados Unidos.
"Favorecer de forma substancial à demanda, em particular o investimento interno, em países em via de desenvolvimento, seria prioridade para atingir solução eqüitativa", de acordo com o estudo.
Clique aqui e leia o texto original, em português, do estudo "As Iniqüidades Flagrantes dos Desequilíbrios", por Terry McKinley, e Alex Izurieta.

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