Fundação Vanzolini e Universidade de São Paulo preparam profissionais de relações internacionais para empresas
Nas últimas décadas notou-se uma inversão de tendência quando o assunto é internacionalização de empresas.
Há alguns anos, era comum multinacionais estrangeiras abrirem filiais nos países emergentes.
Hoje, porém, existe um processo inverso: cada vez mais, as empresas dos países emergentes abrem filiais nos chamados países centrais.
Para se ter idéia dessa tendência, recentemente a empresa de ônibus Marcopolo anunciou que metade das vagas que serão abertas em 2009 estará no exterior. Outra grande empresa, a Votorantin Cimentos, possui cerca de 40% de seus profissionais alocados em outros países.
A Vale anunciou o início de campanha global de recrutamento de funcionários. A mineiradora arregimentará profissionais no Brasil, EUA, Inglaterra, Austrália e Canadá para previsão de 62 mil contratações em cinco anos.
Segundo o professor Amâncio Jorge de Oliveira, do Centro de Estudos das Negociações Internacionais (Caeni), do Departamento. de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP), esse processo traz demanda por profissionais que dominem todas as dimensões que compõe o processo de internacionalização de empresa: os chamados diplomatas corporativos.
“O mercado espera profissional capaz de compreender todo o processo da diplomacia coorporativa: fatores políticos, culturais, financeiros, diplomáticos e organizacionais”, diz.
Para suprir essa demanda, a Fundação Vanzolini e o Caeni acabam de lançar o curso ‘Internacionalização de Empresas e Diplomacia Coorporativa, destinado a profissionais que desejam trabalhar nos departamentos internacionais das empresas. O curso, que é dividido em quatro partes (Gestão de Negócios Internacionais, Diplomacia corporativa e negociações internacionais, Cases & experiências de internacionalização, Mercados emergentes: a dimensão geo-estratégica dos negócios), é intensivo em dinâmicas e simulações, de forma a reproduzir o ambiente de negócios internacionais vivenciados no dia-a-dia do profissional.
Essa demanda, segundo o professor, é muito maior nos países emergentes, uma vez que a diplomacia oficial desses países se concentra mais nas relações governamentais.
“Nos EUA, por exemplo, os diplomatas gastam a maior parte do tempo, 60%, com promoção comercial. Já a diplomacia brasileira gasta 70% do tempo em relações governamentais. Dessa forma, as empresas que querem se internacionalizar devem buscar as próprias estratégias”, explica.
O professor cita pesquisa realizada pela Goldman Sachs, em 2003, que indica que, em 2040, o PIB dos BRICs (grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia e China) vai igualar o PIB dos países desenvolvidos, chamados de G6 (grupo dos seis países mais industrializados do mundo), cenário muito diferente ao dos anos 90, quando o PIB desses países representava apenas 11% do volume dos negócios internacionais.
“Fator determinante para esse fenômeno é, sem dúvida, a internacionalização de nossas empresas. E o profissional que deseja acompanhar essa tendência, deve buscar as ferramentas necessárias para isso”,diz ele.
A Fundação Vanzolini (www.vanzolini.org.br), idealizada e gerida por professores do Departamento de Engenharia da Produção da Escola Politécnica da USP, é instituição sem fins lucrativos e centro de referência no Brasil na produção de conhecimento; foi fundada em 1967 e suas atividades estão concentradas nas áreas de educação continuada, certificação, projetos e gestão da tecnologia em educação.
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