Projeto prevê criação de centro tecnológico independente no Brasil.
O governo brasileiro vai trabalhar em projeto que permita o fortalecimento e a consolidação da indústria nacional de Defesa.
O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, após o ministro ter encerrado a viagem de dois dias às indústrias de Defesa do Vale do Paraíba.
Segundo Jobim, o país vai trabalhar em 2008 para grande projeto para criação de centro tecnológico independente no Brasil.
Jobim afirmou que não haverá a centralização física das indústrias, mas a integração de seus projetos, de acordo com as prioridades do país.
"Essas empresas e o Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA) estão operando dentro de lógica própria. O que nós precisamos é, definindo as tarefas e a estratégia de Defesa, que essas empresas possam integrar esse processo para que tenhamos a formação de sólida tecnologia independente no Brasil", afirmou.
Um dos instrumentos de fortalecimento do setor passa por olítica de compras públicas, para que o governo tenha como privilegiar empresas brasileiras comprometidas em projetos de melhoria de custos e desempenho de produtos essenciais à autonomia do país.
Jobim destacou o interesse do Congresso na revitalização da indústria de Defesa do país.
O ministro e onze deputados de vários partidos visitaram indústrias como Embraer, Mectron e Avibras, Helibrás e Imbel, além do CTA.
"Há estudo do governo para entendimento no sentido de desenvolvimento da Helibrás, que vai representar investimentos franceses importantes na região, e nós vamos apoiar tudo isso", revelou o ministro.
Ele reafirmou a decisão do governo de exigir transferência de tecnologia dos fornecedores de equipamentos de Defesa.
"O que nós queremos deixar claro é que essas demandas das Forças Armadas e do projeto de Defesa Nacional passam pela necessidade de transferência de tecnologia. Só faremos negócio com o exterior, na compra de qualquer tipo de equipamento, desde que se importe tecnologia. Porque o grande projeto desse conjunto é exatamente termos o centro tecnológico independente", explicou.
O governo, preocupado com a redução contínua do quadro de pesquisadores do CTA, instituição vinculada ao Comando da Aeronáutica, quer evitar o assédio de empresas estrangeiras sobre estes profissionais, responsáveis pelo desenvolvimento de tecnologias a serem usadas pelas Forças Armadas.
O CTA apóia algumas das principais pesquisas das indústrias de tecnologia de ponta ligadas à Defesa.
Entre os projetos apresentadas pelo CTA, o destaque ficou por conta do desenvolvimento de motor a combustível líquido para impulsionar os foguetes dos Veículos Lançadores de Satélites (VLS).
Até o momento, as experiências realizadas com os VLS foram feitas com combustível sólido, o mesmo usado em foguetes militares.
A demonstração foi com pequeno protótipo, desenvolvido em cooperação com cientistas russos.
O CTA, que deu origem à Embraer, prepara-se para desenvolver míssil de quinta geração com a África do Sul (Projeto A-Darter), em parceria com outras empresas brasileiras.
A instituição está envolvida na pesquisa de sistemas de controle para serem utilizados em veículos não tripulados (Projeto VANT), inclusive pequenos aviões de vigilância; além disso, trabalha com blindagem contra radiação que reduzem a visibilidade dos aviões aos radares inimigos.
Os avanços obtidos nessa tecnologia, com tintas e mantas especiais, embora não tenham sido suficientes para uso militar de ponta, permitem o uso em atividades civis, como proteção contra interferências em equipamentos médicos e de telecomunicações, informou o Ministério da Defesa.
Clique aqui e assista ao vídeo da entrevista do prof. Héctor Luis Saint-Pierre, autor do livro "Política Armada", sobre segurança e defesa no mundo.
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