Falta de profissionais qualificados amplia remuneração variável na América Latina

Pesquisa da Hewitt Associates revela preocupação crescente de empresas globais de médio e grande portes quanto à remuneração diferenciada para a motivação e retenção de profissionais, enquanto os aumentos de salário fixo, em sua maioria, devem acompanhar a inflação de forma conservadores na América Latina.
Segundo a Hewitt, ainda que enfrentem dificuldades por conta da legislação de alguns países, as empresas estão desenvolvendo outros mecanismos que privilegiam e valorizam os funcionários: programas de reconhecimento, distribuição de ações e estratégias não monetárias, como treinamentos e oportunidades de desenvolvimento de carreira (tanto locais como internacionais) e medidas de trabalho flexíveis.
Segundo o consultor Renato Rovina, da Hewitt para o Caribe, localizado em San Juan, Porto Rico, esta tendência decorre do fato de a força de trabalho preparada estar cada vez mais escassa, móvel e globalizada.
"O diferencial para retenção já não é sustentado no simples fato de oferecer-se salários e benefícios competitivos;
a experiência total deste profissional com a empresa, incluindo-se todos os seus componentes de recompensa, é agora fator determinante”.
De acordo com recentes pesquisas, grande parte dos gerentes gerais das empresas afirmam que o capital humano será o principal componente na capacidade de sucesso das corporações nos próximos três anos.
"Se os programas de recompensa total das empresas não estiverem alinhados com suas estratégias de negócio e não suportarem seus esforços na construção de sua marca como empregador, dificilmente a empresa estará em posição confortável. No cenário atual, as empresas precisam mais das pessoas talentosas do que as pessoas talentosas precisam das empresas”, disse Rovina.
A perspectiva apontada pelos estudos da Hewitt no países pesquisados é a seguinte:

Argentina
O aumento salarial está projetado em 13 por cento para 2007, contra 11 por cento concedidos em 2006, enquanto que a inflação está projetada para 10 por cento.
Com ambiente político e econômico em grande parte já recuperado de sua última crise, assim como uma forte competição por talentos, empresas da Argentina vão ser desafiadas a gerenciar o orçamento de aumento salarial para 2007. A competição por talentos é especialmente forte nas indústrias de óleo, gás e farmacêutica.

Brasil
Pelo segundo ano consecutivo o aumento salarial no Brasil excederá a inflação, provendo um ganho real de poder de compra para os trabalhadores.
Para 2007, o aumento salarial projetado é de 5,9 por cento, mas pode ser revisado devido ao crescimento da economia e a estabilidade das taxas de inflação.
Quase todos (90 por cento) dos empregadores no Brasil já oferecem remuneração variável, em sua maioria, dentro do conceito aprovado pelo governo de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que oferece incentivos fiscais.

Chile
Projeções de aumento salarial para 2007 estão, em média, em 5,1 por cento. Produtos de consumo e indústrias farmacêuticas estão entre os maiores, com projeção de 6 por cento.
Atualmente, 83 por cento das empresas chilenas oferecem algum tipo de plano de pagamento variável voltado para empregados de nível operacional, profissionais e administrativos.

México
Em 2006, os executivos receberam 5,1 por cento de aumento salarial, enquanto que supervisores receberam 5,7 por cento, administrativos 5,5 por cento e trabalhadores 4,7 por cento.
A projeção de aumento salarial em 2007 mostra uma pequena queda, variando entre 2,8 por cento e 4,9 por cento.

Porto Rico
O aumento salarial tem se mantido abaixo da inflação nos últimos quatro anos.
Para 2007, espera-se índice similar ao ano passado, dentro de uma variação de 4,0 por cento a 4,2 por cento, enquanto que a taxa de inflação esperada é de 12 por cento.

Venezuela
Para 2007, o aumento salarial está projetado em 16 por cento.
A prática de remuneração variável está se tornando predominante, em especial para executivos.
Empregadores estão aumentando o uso de recompensa especial de reconhecimento para empregados de alto potencial.

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