Cientista político diz que faltam ao homem autocontrole, autoconhecimento e virtude da Justica

"A exploração do homem pelo homem não é devida ao capitalismo e sim ao homem explorador", afirmou o cientista político e consultor A.H.Fuerstenthal, ao dizer que a migração de investimentos por diversos países, em busca de mão-de-obra barata e mercado de consumo é completamente natural, apesar de o fenômeno estar causando desemprego e redução de salários no mundo ocidental.
Leia o texto, publicado aqui na semana passada, "Impacto da globalização sobre o trabalhador: a redução salarial, no Ocidente", segundo o qual, os investimentos diretos dos países fora de suas fronteiras decrescem os salários no Ocidente, melhoram pouco a remuneração dos trabalhadores do Leste Europeu e Sudeste Asiático; e mantêm baixíssimos os níveis de pagamentos da abundante mão-de-obra chinesa e indiana.
"A riqueza industrial da Europa e dos Estados Unidos eram possíveis, enquanto havia regiões primitivas no mundo, que lhes forneciam matéria-prima barata e compravam produtos acabados caros, vendidos pelas regiões civilizadas", diz Fuerstenthal.
Segundo ele, essa situação começou a ruir com a abolição dos domínios da colonização e, atualmente, o mundo assiste ao fim concreto daquela situação exploratória, uma vez que as próprias regiões primitivas tornaram-se concorrentes do mundo civilizado.
"A eletronização da produção ajudou neste processo. Não só o japonês como também o chinês, o indiano, sem falar dos outros tigres asiáticos, tornaram-se trabalhadores de precisão computadorizada e mestres da organização e do comércio de alta sofisticação. Isto naturalmente estraga o jogo das antigas potências."
Fuerstenthal explica que nos novos países concorrentes não houve revoluções, reformas sociais, leis trabalhistas, exigência de qualidade de vida.
"O operário do terceiro mundo ainda é submisso e barato. Sua produção é ameaça terrível a todas as conquistas sociais, ganhas especialmente pelo trabalhador europeu e em grande parte pelo trabalhador americano. E isto tudo não é um resultado do capitalismo e sim apenas de ambição, da ganância e da insensatez humanas", diz ele.
Fuerstenthal diz que, para entender-se a situação, é preciso voltar até os inícios da Revolução Industrial.
"Naquele tempo não houve líderes que previssem os danos cada vez maiores que a expansão humana iria trazer para o globo inteiro. As máquinas, como bulldozers, destruiram a face da Terra, as massas humanas crescentes, devido aos confortos industriais, ocuparam todas as regiões que não eram destinadas à humanidade", acrescenta ele.
Para Fuerstenthal, a primeira vítima da irresponsabilidade humana foi a natureza e a segunda o próprio homem.
"O poder é ruim e a posse é ruim, não devido a sistemas, e sim devido ao caráter humano, tanto de pobres como de ricos, de gigantes como de anões, de gente com e sem colarinho branco. A exploração do homem pelo homem, portanto, não é devida ao capitalismo e sim ao homem explorador. Ao pobre e ao rico, ao primitivo e ao civilizado, ao branco e ao escuro, faltam autocontrole, autoconhecimento, e a virtude da Justica, que consiste em ver e reconhecer os direitos alheios, inclusive das árvores, dos peixes e da atmosfera. O verdadeiro culpado de toda a confusão humana e social é o homem", concluiu ele.

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