Constituição, aprovada em fevereiro, orgulha o boliviano

Bolívia confirma que pretende
enterrar de vez as oligarquias


Com o apoio do presidente Lula e de dirigentes de outros governos latino-americanos, o presidente reeleito da Bolívia, Evo Morales, cuja chegada ao poder há quatro anos pôs fim a  ciclo de governos neoliberais instáveis no país, terá, no segundo mandato, tensão política superior à que marcou praticamente todo o primeiro mandato.
Mais de 5 milhões de bolivianos escolheram também o vice-presidente e parlamentares.
O mais importante da vitória de Evo é que estas eleições de domingo último aconteceram dentro da Constituição plurinacional e socialista aprovada pelo voto popular em fevereiro último, o que deixa o líder boliviano mais municiado para enfrentar os desafios que são impostos, sobretudo a partir dos EUA, ao governos de esquerda sul-americanos.
O Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Morales, alcançou a maioria nas duas câmaras da Assembleia Legislativa Plurinacional, e dois terços do Senado.
A nova administração de Evo, a partir de 2010, precisa aprovar leis para por em prática a Constituição, o que desagrada a direita elitista que domina o país há séculos.
"Cem leis serão apresentadas à nova Assembleia já em fevereiro", diz o deputado do Movimento ao Socialismo (MAS, partido do presidente) Jorge Silva Trujilo, coordenador da campanha de Morales.
Tema controverso que precisará de legislação complementar é a mudança no poder judiciário, pelo qual os magistrados passarão a ser eleitos pelo voto popular.
Além disso, haverá leis que ampliarão o papel do Estado na economia, que reformarão os códigos penal e civil.
Há agora diferença no equilíbrio de forças no país, favorável aos socialistas.
O MAS é o único partido nacional (em 2005 não o era) e a oposição está debilitada o que poderá dar comodidade ao governo para novas conquistas sociais.
Primeiro presidente indígena da Bolívia, Evo nacionalizou setores importantes da economia, como os setores de hidrocarbonetos, energia e mineração, o que gerou renda para os cofres públicos usada para reforçar programas sociais.
Para isso, Evo contou com o apoio ostensivo dos países da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), fundamental para o sucesso de seu governo, tendo em vista que o governo norte-americano dá todo apoio à extrema direita boliviana no sentido de barrar o avanço de forças populares no país.
A ascensão de Evo seguiu ritmo conturbando, com protestos das oligarquias contra a privatização do sistema de água (em 2000), em Cochabamba, e contra a exportação de gás via Chile, para os Estados Unidos (2003).
Em 2006, o governo ocupou e indenizou as refinarias da Petrobras e nacionalizou o recurso natural.
Depois, o presidente convocou Constituinte.

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