Promotora revela que EUA preparam-se para guerras na América Latina
O governo norte-americano melhora as operações militares de todo o tipo na América do Sul – não apenas na Colômbia – de maneira a combater o que definem como ameaças constantes de governos anti-EUA na região.
Esta é a informação central do documento, divulgado pela promotora federal de Nova York, Eva Golinger (foto), que foi submetido pela US Air Force, em maio último, ao Congresso norte-americano como parte da justificativa do orçamento para 2010, que prevê operações militares na Colômbia, a partir de acordo entre os dois países.
O acordo, que envolve sete bases militares, entre elas a gigantesca Palaquero, permite às forças armadas dos EUA conduzirem operações de todo o tipo na América do Sul.
"A base de Palaquero é sem dúvida o melhor local para investir no desenvolvimento de infra-estruturas dentro da Colômbia. A sua localização central permite alcançar áreas de operações e o seu isolamento maximiza a Segurança Operacional (Operational Security, OPSEC) e Proteção da Força ajudando a minimizar o perfil da presença militar dos EUA na região. A intenção é rentabilizar a infra-estrutura existente ao máximo possível, melhorar a capacidade dos EUA de responder rapidamente a uma crise e assegurar acesso e presença regional a menor custo. Palanquero dá acesso facilitado a todo o continente sul-americano, com excepção do Cabo Horn".
Segundo o documento, a presença dos EUA na Colômbia alargará a capacidade norte-americana "de desencadear operações de recolha de informação, vigilância e reconhecimento (Intelligence, Surveillance and Reconnaissance, ISR), melhorar o alcance global, suprir necessidades logísticas, melhorar parcerias, melhorar a cooperação de segurança em teatros de operações e expandir a capacidade de operações expedicionárias".
O acordo EUA-Colômbia autoriza o acesso e o uso de sete instalações militares em Palaquero, Malambo, Tolemaid, Larandia, Apíay, Cartagena e Málaga.
Juntamente com a total imunidade dos militares norte-americanos na Colômbia, o acordo prevê que tropas e civis dos EUA, inclusive de forças privadas de defesa e segurança, estejam autorizados a utilizar qualquer instalação do país – sobretudo aeroportos comerciais – para fins militares, o que significa a renúncia completa da soberania colombiana e oficialmente converte a Colômbia em Estado-cliente dos EUA.
Para o jornalista Eva Golinger, a linguagem de guerra incluída neste documento evidencia as verdadeiras intenções do acordo militar entre Washington e Colômbia: os EUA preparam-se para guerra na América Latina.
"Os últimos dias foram recheados de conflito e tensão entre a Colômbia e a Venezuela. Há poucos dias, o governo venezuelano capturou três espiões do Departamento Administrativo de Segurança (DAS) – a agência de serviços secretos colombiana – e descobriu diversas operações de espionagem e destabilização contra Cuba, Equador e Venezuela. As operações – 'Fénix', 'Salomón' e 'Falcón', respectivamente – foram reveladas em documentos encontrados com os agentes da DAS capturados", disse Golinger.
A jornalista acrescentou que há aproximadamente duas semanas, 10 corpos foram encontrados em Táchira, zona fronteiriça com a Colômbia. Completadas as investigações necessárias, o governo venezuelano concluiu que os corpos pertenciam a paramilitares colombianos infiltrados em território venezuelano.
"Esta perigosa infiltração paramilitar colombiana faz parte de plano de destabilização contra a Venezuela que procura criar estado paramilitar dentro do território venezuelano, de maneira a enfraquecer o governo do presidente Chávez", afirmou ela.
"A informação revelada pelo documento da Força Aérea dos EUA evidencia de forma inquestionável que Washington procura promover estado de guerra na América do Sul, utilizando a Colômbia como rampa de lançamento", diz a jornalista.
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