Neste final de semana, recebi de graça em minha casa a revista Veja desta semana.
Logo depois, fiquei sabendo que moradores de outros 23 apartamentos receberam exemplares da revista, também de graça.
Na capa, o assunto, já sepultado desde 2002, por inexistência de prova, de desvio de dinheiro que teria sido destinado à primeira campanha de Lula à presidência da República.
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e a diretoria da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), divulgaram notas em que negam as acusações da revista e repudiam a publicação da matéria, alegando que não foram ouvidos sobre o caso de suposto desvio de verbas da cooperativa para o caixa dois do PT.
“Repudio o tipo de jornalismo antiético praticado por Veja, que diz ter passado seis meses 'investigando' o caso e em nenhum momento procurou ouvir a mim ou a Bancoop”, contesta Vaccari.
A Bancoop explica que o assunto foi requentado.
“A matéria tem nítida finalidade política, já que não agrega praticamente nenhuma novidade às acusações que foram efetuadas no passado e devidamente rebatidas pela Bancoop”.
A cooperativa diz que a “publicação com grande destaque se explica pela previsão de instalação dentro dos próximos dias de CPI sobre a Bancoop na Assembleia Legislativa de São Paulo, requerida ainda em 2008 pela bancada de deputados do PSDB”.Há acusações do PT e de outros partidos de esquerda de que o PSDB teria pago à editora Abril a distribuição de 1,5 milhão de exemplares, além da colocação da edição em todas as bancas do país, o que de fato dará grande visibilidade ao assunto da capa.
Procurada pela redação, a repórter Laura Diniz, que assinou a matéria da revista, disse que prefere não comentar o assunto.
A editora Bloch também tinha o costume de vender o assunto de capa das revistas Manchete, Fato e Fotos, Desfile e Tendência a políticos em época de eleição.
A Bloch fazia a venda de pacote, que incluía, além da colocação do assunto na capa da publicação e do mailing de exemplares para milhares de leitores, a TV, que divulgava, por uma semana ou até 15 dias, chamadas da revista focando a matéria vendida a políticos, como se fosse o principal assunto jornalístico da edição.
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