EUA usam ópio afegão 
como arma de geopolítica

O historiador e cientista político F. William Engdahl, autor do livro Full Spectrum Dominance: Totalitarian Democracy in the New World Order, que trata do plano do Pentágono de dominação mundial, afirmou que os militares dos EUA estão no Afeganistão por duas razões: ampliar a produção e controlar o maior abastecedor de heroína do mundo a fim de utilizar as drogas como arma de geopolítica; e consolidar bases militares nas fronteiras da China e Rússia.
"O controle do mercado da droga afegão é essencial para a liquidez da máfia financeira da Wall Street, corrupta e em bancarrota", afirma Engdahl.
De acordo com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), citado por Engdahl, a produção de ópio no Afeganistão ascendeu dramaticamente desde a queda do Taliban em 2001.
Os dados da UNODC (United Nations Office on Drugs and Crime) mostram mais cultivo de papoula de ópio em cada uma das últimas quatro estações de plantio (2004-2007) do que em qualquer ano durante o domínio Taliban.
Além disso, levantamento mostra que atualmente é utilizada mais terra para o ópio no Afeganistão do que para o cultivo de coca na América Latina.

"Em 2007, 93% do opiáceos no mercado mundial tinham origem no Afeganistão. Isto não é acidente. Foi documentado que Washington escolheu a dedo o controverso Hamid Karzai, senhor da guerra pashtun da tribo Popalzai, há muito a serviço da CIA, trouxe-o de volta do exílio nos EUA e criou mitologia hollywoodiana em torno da figura dele, tratando-o como corajosa liderança do seu povo. Segundo fontes afegãs, Karzai é o Padrinho do Ópio no Afeganistão. Não é por acaso que ele foi e é o homem preferido de Washington em Cabul. Mas mesmo com compra maciça de votos, fraudes e intimidações, os dias de Karzai como presidente podem estar a acabar", acrescenta Engdahl.
A segunda razão para os militares dos EUA permanecerem no Afeganistão é a ampliação e consolidação da força de ataque com bases permanentes por toda a região.
"O objetivo destas bases não é erradicar célula da Al Qaeda que possa ter sobrevivido nas cavernas de Tora Bora, ou erradicar o mítico Taliban o qual nesta altura, segundo relatos de testemunhas oculares, é constituído esmagadoramente de afegãos locais comuns a combaterem mais uma vez para livrar a sua terra de exércitos de ocupação, como o fizeram na década de 1980 contra os russos. O objetivo das bases dos EUA no Afeganistão é ser capaz de atacar a China e a Rússia, que hoje representam a única ameaça combinada ao império global norte-americano, à dominação de amplo espectro (Full Spectrum Dominance) como a chama o Pentágono", explica o historiador.
Engdahl lembra que a China tem a economia mais robusta do mundo, enorme força de trabalho jovem e dinâmica, classe média educada e que a Rússia possui força de ataque nuclear e poder militar que ameaçam a dominação militar dos EUA.
Segundo ele, a Rússia possui o maior tesouro do mundo em gás natural e vastas reservas de petróleo de que a China necessita urgentemente, por isto as duas potências estão a convergir cada vez mais através de nova organização, criada em 2001, conhecida como Organização de Cooperação de (SCO), que inclui os maiores estados da Ásia Central: Casaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Uzbequistão.
O historiador acrescenta que o Afeganistão tem localização extremamente vital, abarcando a Ásia do Sul, a Ásia Central e o Médio Oriente.
"O país também está situado ao longo de proposto traçado de oleoduto dos campos petrolíferos do Mar Cáspio para o Oceano Índico, onde a companhia de petróleo americana Unocal, juntamente com a Enron e a Halliburton de Cheney, tem estado em negociações para obter o direito exclusivo de trazer gás natural do Turquemenistão através do Afeganistão e do Paquistão para a enorme central termoeléctrica a gás natural da Enron em Dabhol, próximo de Mumbai. Karzai, antes de se tornar o presidente fantoche, foi um lobbista da Unocal", diz Engdahl.


O original deste texto em inglês pode ser lido no site:  http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=15761

O texto completo em português pode ser lido 

http://resistir.info/eua/enghdahl_20out09.html





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