Vargas Llosa e Hugo Chávez

Escritor peruano, no passado intelectual de esquerda que defendia posições avançadas para a América Latina frente aos interesses imperiais dos EUA, perde a capacidade de entender a complexidade e a extraordinária dificuldade dos caminhos da transformação, no continente, de sociedade injusta e excludente em outra, justa e solidária

Emerson Leal (foto)
Doutor em Física Atômica e Molecular e vice-prefeito de São Carlos.


Mario Vargas Llosa, conhecido escritor peruano, foi no passado intelectual de esquerda que defendia posições avançadas para a América Latina frente aos interesses imperiais dos EUA.

A partir de determinado momento, porém, virou a casaca.
Discurso contra todos que defendam o socialismo ou a independência dos nossos países frente ao império norte-americano, transformou-se em sua bandeira de luta.
Vargas Llosa absorveu, por exemplo, o discurso articulado pelos ideólogos do Departamento de Estado dos EUA sobre Cuba e Venezuela; fundamentalmente, aquele discurso que postula como única democracia de fato a existente nos Estados Unidos.

Ou seja, a democracia do poder econômico e da exclusão social, na qual um deputado ou senador, para se eleger, tem de gastar da ordem de 15 a 25 milhões de dólares. Quem banca isso, senão as grandes corporações norte-americanas que haverão de cobrar essa ‘generosidade’, depois, com juros e correção monetária? Recentemente Llosa resolveu ir à Venezuela para prestar serviços à elite venezuelana.
Àquela mesma elite que, em parceria com a mídia hegemônica local, tramou o golpe de 2002 para derrubar Chávez e que usava a extraordinária renda do petróleo fundamentalmente para financiar o consumo de supérfluos, e não para resolver os problemas do povo.

Mal chegou ao país, criou factóide: reclamou que ouvira ‘de funcionário do governo’ que ele não poderia fazer declarações políticas. Isto seria demonstração da falta de democracia ‘do governo’ Chávez.
Imediatamente, a mídia internacional reverberou suas declarações ad nauseam. Vargas Llosa, assim como o brasileiro Arnaldo Jabor, são intelectuais que se transformaram em garotos-propaganda – para não dizer ‘moleques de recado’ – das potências centrais e das classes dominantes de seus respectivos países porque – narcisistas que são – ficaram prisioneiros da beleza e da força dos holofotes.
Isto é, não conseguem mais viver sem a ‘glória’ de serem paparicados pela mídia. Llosa vive a perambular pelo mundo esculhambando com a esquerda e enaltecendo a democracia ocidental – que, bem o sabemos, não passa de uma plutocracia.

Não querem saber, por exemplo, que a Venezuela é o país que mais cresce na América Latina; que a taxa de juros anual de um cartão de crédito, no país, é de 28% (no Brasil é de 120%!); que nenhum país da América Latina construiu tantos metrôs, rodoviárias, pontes e aeroportos em apenas 8 anos; que acabou com o analfabetismo em escala nacional; que os serviços de saúde devolveram a visão a milhares de pessoas carentes (inclusive de outros países) gratuitamente; que a cada dia mais bairros das cidades venezuelanas recebem médicos da família.

Chávez fez desafio a Vargas Llosa e a outros pseudo-intelectuais ‘de esquerda’ que também foram à Venezuela criticar seu governo: um debate ao vivo pelos meios de comunicação – Chávez contra todos eles!
Seria bom para Chávez colocar em evidência esses parlapatões.

Vargas Llosa e Jabor são protótipos do intelectual pequeno-burguês que perderam a capacidade de entender a complexidade e a extraordinária dificuldade dos caminhos da transformação de sociedade injusta e excludente em outra – justa e solidária.
Não percebem que as forças de oposição – principalmente da parte das potências imperiais – são obstáculos gigantescos que só grandes líderes identificados com os anseios e necessidades do povo têm condição de superar
Em compensação, ninguém – de boa vontade – dá nada por esse tipo de intelectual.

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