A CPI da Petrobras beneficia os EUA e as 7 irmãs do petróleo

O irresponsável comportamento da oposição, liderada pelo PSDB, é mais uma tentativa de evitar que exploração do pré-sal fique nas mãos do Estado brasileiro e tem o apoio da mídia corporativista de direita que não mede esforço quando busca desgastar o governo Lula e inviabilizar a retomada do crescimento econômico do País

O jogo pesado da direita elitista e anti-nacional contra a Petrobras, a mais emblemática empresa brasileira, deve ser analisado no contexto da economia global, liderada pelos EUA, que enfrentam escassez de petróleo, e como nova tentativa do privativista PSDB, que quer impedir o controle e exploração do pré-sal pela União.
Fernando Siqueira (foto), presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), em entrevista concedida ao jornalista Gabriel Brito e à economista Valéria Nader, editora do Correio da Cidadania, já denunciava, em janeiro, o fato de os EUA terem montando esquema de pressão e lobby para obter acesso ao pré-sal, tendo até reativado a 4ª frota naval, o que gerou protestos do governo brasileiro.
Siqueira chamava a atenção para a necessidade de mobilização popular contra o lobby em favor dos dos norte-americanos e do grupos petrolíferos estrangeiros, concentrado em tentar manipular o marco regulatório do petróleo brasileiro, com vistas às reservas do pré-sal. Segundo Siqueira, as razões dos dois poderosíssimos comandos desse lobby são notórias:
1) os EUA, que consomem cerca de 10 bilhões de barris por ano e só têm 29 bilhões de reservas. O pré-sal representa para os norte-americanos cerca de 9 anos de consumo;
2) o cartel internacional privado do petróleo, formado pelas sete irmãs, e que domina o setor há 150 anos com todo tipo de ações pouco recomendáveis, como suborno, deposição e assassinato. Agora esse cartel está vendo ameaçada sua sobrevivência pelo fato de suas reservas minguarem para apenas 3% das reservas mundiais, contra 65% em poder de 8 estatais: Saudi Aramco (Arábia Saudita), INOC (Irã), Petrochina, Petronas (Malásia), Gazprom (Rússia – renacionalizada), Petrobrás, PDVSA (Venezuela) e Pemex (México).
Nesse contexto, o Financial Times publicou matéria que prevê menos de 5 anos de vida ao cartel privado.
"Há, portanto, lobby pesado pela manutenção de marco regulatório que favoreça os EUA e o cartel petrolífero das sete irmãs", afirmou Siqueira.
Ele informou que ocorreram quatro audiências públicas e seminários em torno do marco regulatório do petróleo no Senado, em 2008.
Cada evento com cerca de cinco mesas. Cada mesa com pelo menos dois lobistas. Estavam lá nomes como João Carlos de Luca, presidente da Repsol (empresa espanhola adquirida pelo banco Santander - braço do Scotland National Bank Corporation, de capital Anglo-Saxão); David Zilberstajn - ex-diretor da Agência Nacional de Petróleo, que iniciou os leilões dotando os blocos de áreas 220 vezes maiores que os blocos licitados no Golfo do México; Eloi Fernandes, idem a Zilberstajn; Adriano Pires, lobista do Instituto Liberal, criado pela Shell para ajudar a derrubar o monopólio do petróleo; Jean Paul Prates, idem a Adriano.
"Nós enviamos carta ao Senado reclamando nossa participação como contraditório. Numa das audiências concederam-nos cinco minutos para falar. O lobby é poderoso", completou Siqueira.
O cientista político e professor de sociologia Emir Sader (foto), diretor do Laboratório de Políticas Públicas (LPP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em artigo divulgado pelo site Carta Maior, nesta semana, lembrou que o PSDB sempre quis privatizar a Petrobrás, como parte dos acordos assinados com o FMI, e que, neste sentido, chegou a trocar o nome da empresa, para Petrobrax, para tirar a marca de “Brasil”, negativa para eles, e torná-la “empresa global”, a ser submetida a leilão no mercado internacional.
Tudo sob o comando do então presidente Fernando Henrique Cardoso e seus ministros econômicos Pedro Malan e José Serra.
"Não conseguiram. Seu ímpeto entreguista durou menos de 24 horas diante do clamor nacional. Se deram conta que naquele momento tinham avaliado mal os sentimentos do povo brasileiro, que tinham ido longe demais no seu ardor privatizante e entreguista. Tiveram que recuar, mas nunca abandonaram seu projeto, tanto assim que venderam 1/3 das ações da Petrobras na Bolsa de Valores de Nova York, como primeiro passo para a privatização da empresa", afirmou Sader.
Segundo Sader, o governo FHC quebrou o Brasil três vezes e para ter mais empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI), assinou com presteza as Cartas de Intenção, de submissão aos organismos financeiros internacionais.
"Entre as cláusulas secretas da Carta de Intenção, assinadas nesse momento, a imprensa revelou que constava a privatização da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica", lembrou Sader.
Para o professor, a CPI sobre a Petrobrás é mais uma tentativa de evitar que exploração do pré-sal fique nas mãos do Estado brasileiro.
"Querem afetar o valor das ações da empresa, obstaculizar seus planos de expansão e de crescimento. Porque lhes dói tudo que seja nacional, tudo que represente fortalecimento do Brasil como nação (...) Acenam para as grandes empresas estrangeiras de petróleo com a possibilidade de dar-lhes o controle do pré-sal, como presente de ouro, caso consigam retomar o governo no ano que vem, garantindo-se ao mesmo tempo polpudos financiamentos eleitorais. Não hesitam em sacrificar tudo o que seja nacional e popular, contanto que possam voltar ao governo e seguir dilapidando o patrimônio publico", finalizou Sader.

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