Pesquisa mundial mostra que, apesar de poder militar avassalador, a guerra norte-americana contra a al-Qaeda é vista como algo que nada conseguiu e muitos acreditam que fortaleceu a al-Qaeda
A chamada "guerra contra o terror" dos EUA não enfraqueceu o alvo principal, a al-Qaeda, segundo a maioria dos entrevistados em pesquisa de opinião mundial realizada para a British Broadcasting Corp (BBC).
Mais de 30% dos entrevistados disseram que a campanha do presidente dos EUA, George W. Bush, fortaleceu a rede terrorista, enquanto 29% afirmaram que a rede de Osama bin Laden não foi afetada e que a liderança de Bin Laden cresceu.
Apenas 22% avaliaram que a al-Qaeda se enfraqueceu.
"Apesar de poderio militar avassalador, a guerra dos EUA contra a al-Qaeda é amplamente vista como algo que não conseguiu nada além de impasse, e muitos acreditam que fortaleceu a al-Qaeda", disse Steven Kull, diretor do Programa de Atitudes sobre Políticas Internacionais, da BBC e sediado nos EUA, na nota que acompanhou os resultados da pesquisa.
O governo Bush começou a campanha há sete anos, depois dos atentados terroristas de 11 de setembro contra os EUA, liderando coalizão internacional que derrubou o regime do Taleban no Afeganistão, por não ter entregado o líder do al-Qaeda, Osama bin Laden.
Os serviços de espionagem dos EUA dizem que a rede atualmente tem refúgio nas áreas tribais que fazem fronteira com o Paquistão, a partir das quais dirige a insurreição do Taleban e planeja ataques contra o Ocidente.
Não há informações confirmadas de Bin Laden ter sido visto desde que ele conseguiu escapar das forças lideradas pelos EUA na região afegã de Tora Bora, em dezembro de 2001.
Os EUA afirmam que o combate contra os insurgentes do Iraque afiliados à al-Qaeda é o ponto central da campanha contra o terrorismo.
A pesquisa foi realizada com 23.937 pessoas em 23 países, para o Serviço Mundial da BBC, entre 8 de julho e 12 de setembro, pela GlobeScan Inc. e pelo Programa de Atitudes sobre Políticas Internacionais da Universidade de Maryland.
Indagados sobre quem está "vencendo o conflito entre a al- Qaeda e os EUA", a resposta predominante em 15 países foi que nenhum dos dois.
No Paquistão, onde os militares combatem militantes na região tribal do noroeste, 21% dos entrevistados disseram que a al-Qaeda está vencendo.
Em todos os países, 10% em média disseram que a al-Qaeda está ganhando, 22% consideram que os EUA estão na dianteira e 47% avaliam que nenhum dos lados está vencendo.
Nos EUA, onde a guerra contra o terrorismo é uma das questões centrais na eleição presidencial, 56% disseram que nenhum dos dois lados está vencendo; 8% acreditam que a al-Qaeda está levando a melhor e 31%, defendem o governo.
E mais: 33% dos norte-americanos entrevistados disseram que a al-Qaeda ficou mais forte; 26% avaliam que ela não teve efeito algum e 34% que a rede foi enfraquecida.
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