Rússia, Irã e Venezuela negociam investir no gás da Bolívia

Evo Morales (foto) diz que EUA não querem mais seu país como nação preferencial no comércio por isto acerta com novos parceiros

Da redação

A Bolívia, nação proprietária da segunda maior reserva de gás natural da América do Sul, está mantendo conversações com o Irã e com a Venezuela sobre a construção de complexo petroquímico de US$ 10 bilhões e assinou projeto de acordo para investimentos da russa Gazprom.

A informação é do presidente da Bolívia, Evo Morales (foto), que prevê cenário de deterioração das relações com os EUA.

Morales disse que sua expectativa é que os EUA cancelem o status da Bolívia de nação preferencial no comércio entre os dois países, de US$ 648 milhões.
"Estamos apostando em enorme investimento em petroquímica, que, claro, será integrado, incluindo a exploração e a produção", disse ele, em entrevista na missão da Bolívia na Organização das Nações Unidas (ONU).
"A condição de parceiro preferencial dos EUA não não nos satisfaz mais. Só porque não somos pró-ianque, eles nos examinam de perto, tentam interferir na vida do nosso país, isto não nos interessa. Os EUA podem ir em frente por seu caminho, porque estamos preparados para seguir o nosso", acrescentou Morales.
O presidente confirmou que vai revogar as concessões na exploração de gás para companhias que não invistam em nova capacidade.
Em maio, a Bolívia gastou US$ 43,1 milhões para encampar quatro empresas do setor de energia e, em 2007, assumiu o controle de refinarias da Petrobras.
Os campos da Petrobras na Bolívia continuam a abastecer o Brasil de gás natural.
"Se os concessionários não quiserem investir, pegaremos de volta aquelas concessões e investiremos com a Venezuela e o Irã. Temos projetos à espera de financiamento e precisamos realizá-los", disse.
Morales falou aos jornalisas sobre a expulsão da Bolívia do embaixador estadunidense, Philip Goldberg, por conspiração contra o governo e a unidade boliviana.
Segundo ele, a violência e o enfrentamento nos departamentos de Santa Cruz, Pando, Beni e Tarija foram resultados da atuação do diplomata no país.

"O embaixador não soube sequer explicar a razão da pesada estrutura de apoio aos conspiradores, com telecomunicações e veículos, montada com os recursos financeiros da USAID (agência estadunidense de apoio ao desenvolvimento) na Bolívia. Isso foi tentativa de golpe de Estado", afirmou.

Em meio à polêmica, o ministro da Previdência boliviano, Juan Ramón Quintana, acusou a USAID de contratar políticos neoliberais dos governos anteriores para desestabilizarem a gestão do presidente Evo Morales, principalmente com o apoio à oposição regional.
“A USAID converteu-se em refúgio político e econômico de todos aqueles funcionários do mais alto nível.
Portanto, estes funcionários, com a informação do Estado, fizeram complô, durante todo esse tempo, contra o governo nacional”, disse.

Quintana detalhou a denúncia: de acordo com ele, Carlos Campero, ex-alto funcionário do governo nacional, passou a trabalhar no escritório encarregado em temas de descentralização da entidade estadunidense.

“Setor que trabalhou em projetos de apoio nos governos departamentais da oposição”.
Além de Campero, teriam sido contratados pela USAID Javier Cuevas, ex-ministro da Fazenda; Javier Rebollo, ex-diretor geral do Tesouro Nacional; José Nogales, ex-viceministro de Política Tributária; e Juan Brun, ex-diretor do Instituto Nacional de Reforma Agrária.

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