Agência Brasil
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Diante do quadro, a Advocacia-Geral da União (AGU) já trabalha na elaboração de um parecer para limitar a compra de terras brasileiras por estrangeiros, como estratégia de defesa da soberania do país. A lei federal existente é pouco restritiva e movimentos sociais consideram a concentração estrangeira inadmissível em um país com demandas camponesas não atendidas.
"É incoerência, injustiça e imoralidade. Como se não bastasse a concentração de terras nas mãos de poucos brasileiros, outra parte que poderia ser destinada à reforma agrária está com não-brasileiros", criticou, em entrevista, o padre Dirceu Fumagalli, coordenador nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Favorável ao endurecimento da legislação, o padre Fumagalli avalia que a presença crescente de estrangeiros no meio rural pode ter conseqüências mais graves na região amazônica.
"A Amazônia, por estar no foco do embate da questão ambiental, tem propensão maior à ampliação de grandes territórios nas mãos de estrangeiros", disse. Para ele, a preocupação é porque o primeiro impacto se dá sobre as comunidade tradicionais. Quem também defende providências imediatas do governo para conter a ocupação de terras nacionais por estrangeiros é o deputado federal Anselmo de Jesus ( PT-RO), coordenador da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar.
"Temos que colocar regras mais duras, como existem em outros países, e isso tem que ser para já. Precisamos de políticas mais voltadas para atender as necessidades de quem vive na região e assim ela ficará protegida", afirmou o deputado.
Natural da Amazônia, o parlamentar diz que o governo e a sociedade brasileira precisam se conscientizar da necessidade de atuar juntos para proteger a região, superando descaso histórico.
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