União sul-americana mexe com tabuleiro do poder, diz Lula

Presidentes Evo Morales, da Bolívia, Lula, e Michelle Bachelet,
do Chile, congratulam-se pela criação da Unasul

A América do Sul unida mexerá com o tabuleiro do poder no mundo; não em benefício de um ou outro país, mas em benefício de todos.
A afirmação é do presidente presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na criação da União Sul-americana de Nações (Unasul), em reunião em Brasília, na última semana, acrescentando que o continente deixa para trás longa história de indiferença e isolamento recíproco.
"Nossa América do Sul não será mais um mero conceito geográfico", disse Lula.
A reunião de Brasília cumpriu seu objetivo central – a assinatura do tratado constitutivo da Unasul, que dará as bases jurídicas para a ação desse novo organismo regional.
Lula enumerou as vantagens comparativas da América do Sul.
No plano econômico, destacou que a região tornou-se "um dos principais pontos de atração de investimentos no mundo", graças à fase de crescimento com redução da desigualdade social; no plano político, destacou o fato de todos os líderes sul-americanos terem sido eleitos em "pleitos democráticos e com ampla participação popular".
Segundo ele, a América do Sul é, hoje, região de paz, onde floresce a democracia.
"Esses progressos nos campos econômico e sócio-político nos conferem crescente projeção no novo mundo multipolar que se está constituindo. ossa região torna-se interlocutor cada vez mais indispensável à medida que o mundo vê-se diante da necessidade de compatibilizar segurança alimentar, suprimento energético e preservação do meio ambiente. Quando a escassez de alimentos ameaça a paz social em muitas partes do mundo, é em nossa região que muitos vêm buscar respostas", completou.
Ao final do evento, Lula afirmou estar com a "alma lavada" diante da criação de algo maior que a Grã Colômbia – projeto de integração conduzido pelo libertador Simon Bolívar, no século 19, que reunia os territórios da atual Venezuela, a Colômbia, Panamá e Equador – e em menos tempo que a União Européia.
Acrescentou, entretanto, que em vez de a Unasul seguir a fórmula européia de redução das assimetrias econômicas e sociais por meio do repasse de recursos arrecadados dos países mais ricos para os mais pobres, a integração sul-americana terá como combustível apenas a vontade política.
"Não temos o dinheiro. Mas, certamente, a nossa vontade política, a crença que temos na integração e a busca da complementaridade vai permitir que, mesmo sem dinheiro, vamos fazer com que a América do Sul, em menos tempo que qualquer outro processo de integração que deu certo no mundo, dê salto gigantesco", completou.

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