EUA, Rússia, China, Inglaterra e França detêm quase 16 mil bombas nucleares

Os cinco membros do Conselho de Segurança da ONU não têm autoridade moral para impor desarmamento nuclear a outros países

Os cinco membros permanentes e com direito de veto do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) – EUA, Inglaterra, França, China e Rússia –, que, juntos, são detentores quase 16 mil bombas nucleares, não têm autoridade política nem moral para fazer julgamentos e ditar normas, em matéria de desarmamento nuclear, afirma pesquisa independente, realizada pelo Comitê de Advogados sobre Política Nuclear, de Nova York; pela fundação Legal dos Estados Ocidentais, da Califórnia; e pela Liga de Mulheres pela Paz e a Liberdade, também de Nova York.
Em virtude de Carta da ONU, o Conselho de Segurança tem amplos poderes para fazer cumprir as normas de desarmamento e não-proliferação de armas nucleares, incluindo a imposição de sanções econômicas e a autorização de ações militares, embora nenhum do cinco membros permanentes mostra intenção de eliminar o mortal armamento que possui.
A pesquisa independente repercute em função da divulgação de outro estudo sobre o assunto, publicado no Boletim dos Cientistas Atômicos, mostrando a localização das ogivas nucleares no mundo.
No cruzamento dos dois trabalhos, chega-se a triste conclusão: a selvageria e agressividade estadunidense contra os povos de países dominados, como demonstrado pelas dezenas de guerras que os EUA promoveram ao longo do século XX e nesse começo de século XXI, têm sido amparadas por formidável arsenal nuclear, com 10 mil ogivas, usado para chantagem, persuasão e intimidação.
Oficialmente reconhecido, o que significa que os números podem ser bem maiores, o ranking atual de detentores de bombas nucleares é o seguinte, além dos EUA, 10 mil ogivas nucleares: Rússia, 5 mil ogivas nucleares; França, 350; Grã-Bretanha, 200; e China, 200.
Possuidores declarados de bombas que não têm assento no Conselho de Segurança da ONU: Índia e Paquistão juntos,110; Israel, em torno de 130; e Coréia do Norte,10 ogivas nucleares.
O Boletim dos Cientistas Atômicos mostra que a maior concentração mundial das armas nucleares encontra-se nas seguintes bases norte-americanas dentro do próprio EUA: Instalação para Armas Estratégicas do Pacífico, Bangor, Washington; Base Aérea de Nellis, Nevada; Base Aérea de Warren, Wyoming; Base Aérea de Kirtland, Novo México; Base Aérea de Malmstrom, Montana; Base Aérea de Minot, Dakota do Norte; Planta Pantex, Texas; Base Aérea de Barksdale, Louisiana; Base Aérea de Whiteman, Missouri; e Instalação para Armas Estratégicas do Atlântico, em Kings Bay, Geórgia.
Cerca de 400 ogivas norte-americanas estão em oito bases dos EUA em seis países europeus – Bélgica, Alemanha, Itália, Holanda, Turquia e Grã-Bretanha, dentro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Os EUA são o único Estado nuclear que mantém armas nucleares em países estrangeiros.
A ameaça atual de ataque nuclear dos EUA contra o Irã trouxe à tona o real poder de destruição norte-americano, porque tornou público o arsenal nuclear de que dispõe, o israelense, cuja existência nunca foi assumida pelos governos sionistas.
Os cientistas Hans M. Kristensen, da Federação de Cientistas Americanos (FAS), e Robert S. Norris, do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais (NRDC), localizaram as armas nucleares através do cruzamento de informações de anos de monitoramento de documentos públicos, declarações oficiais, relatórios, vazamentos de informações, conversas com oficiais da ativa e da reserva, e fotos comerciais de satélite de alta resolução.
Segundo eles, a maior concentração de ogivas nucleares encontra-se na Instalação de Armas Estratégicas do Pacífico, em Bangor, estado de Washington; ali estão localizadas mais de 2,3 mil ogivas – provavelmente o maior ajuntamento de armas nucleares em único lugar no mundo.
Cerca de 1,7 mil ogivas estão espalhadas em mísseis balísticos submarinos classe Ohio, que operam nos oceanos Pacífico e Atlântico.
Os cientistas mostram que mais de 2/3 de todas as ogivas nucleares dos EUA estão armazenadas em bases para mísseis balísticos e bombardeiros, ainda que a Guerra Fria tenha terminado há mais de 16 anos.
Mais de duas mil dessas ogivas estão em prontidão para lançamento.
Somente 28% das ogivas norte-americanas foram transferidas para instalações de armazenamento separadas.
A maior destas, o abrigo subterrâneo na Base Aérea de Kirtland em Albuquerque, Novo México, armazena mais de 1,9 mil ogivas.

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