Dilma se nega participar de reunião dos barões da mídia

Tem sido muito elogiada a decisão da presidenta Dilma, que foi convidada e se negou a participar da  abertura, em SP, dia 15/10, da  68ª  Assembleia Geral da SIP-Sociedade Interamericana de Imprensa, entidade ultradireitista, cujo currículo de participação em movimentos e golpes antidemocráticos na América Latina é de fazer inveja às piores instituições fascistas do mundo.

O diretor do site Opera Mundi e da revista Samuel, Breno Altman, enumerou alguns dos serviços prestados ao autoritarismo latino-americano pela famigerada SIP:

--Fundada nos EUA em 1946, a entidade teve papel fundamental durante a Guerra Fria: etiquetou como antidemocráticos os governos latino-americanos que não se alinhavam com a Casa Branca, constituindo-se em peça decisiva do clima psicológico que antecedeu golpes e ditaduras militares no continente entre os anos 60 e 80.

--Entre seus membros mais proeminentes está o diário chileno El Mercurio, comprometido até a medula com a derrubada do presidente constitucional Salvador Allende, em 1973, e com o apoio à ditadura do sanguinário general Pinochet.

--Outros grupos filiados são os argentinos La Nación e El Clarín, golpistas de primeira hora contra os movimentos populares do nosso continente.

--No Brasil, O Estado de S.Paulo foi adepto estridente das fileiras anticonstitucionais, clamando e aplaudindo, em 1964, complô contra o presidente João Goulart.
Atitude semelhante à de outras empresas de comunicação, igualmente inscritas na SIP, que seguiram a mesma trilha, como a Folha de S. Paulo, grupos Globo e Abril.

--A SIP e seus filiados, mais recentemente, apoiaram o golpe contra o presidente Hugo Chávez (2002), a derrocada do hondurenho Manuel Zelaya (2009) e o afastamento ilegal do paraguaio Fernando Lugo (2012).

--Às vésperas das eleições brasileiras de 2010, em julho, o então presidente da SIP, Alejandro Aguirre, afirmou que Lula não é democrata e que o inclui entre os líderes que se beneficiam de eleições livres para destruir as instituições democráticas.
O objetivo de Aguirre era evidente: o porta-voz dos barões da mídia queria colaborar na guerra da extrema direita brasileira contra a eleição de Dilma, pelo sufrágio popular, ao Palácio do Planalto.


Altman afirma que a SIP, no entanto, vai além de movimentos pontuais, ainda que constantes, para a desestabilização das experiências de esquerda.
Segundo ele, trata-se de um laboratório para estratégias de terceirização política dos Estados nacionais, na qual as corporações privadas de imprensa ditam a agenda, articulam-se com esferas do poder público e tentam consolidar-se como partidos orgânicos da oligarquia.
"Diante deste inventário de símbolos e realizações, fez bem a presidenta ao se recusar a emprestar o prestígio de seu mandato e a honradez de sua biografia à SIP. Ainda mais em um momento no qual sócios nacionais da associação animam julgamento de exceção contra dirigentes históricos de seu partido e integrantes de proa do governo Lula.Oxalá esse gesto possa dar início a uma batalha firme pela democratização da imprensa e a adoção de marco regulatório que rompa com o feudalismo midiático", finalizou Altman.

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