EUA, Europa e Israel beneficiam-se de tratato de armas nucleares com África

A África, com 53 países e cerca de 1 bilhão de habitantes, converteu-se na maior região do mundo sem armas atômicas, o que tem valor agregado por ser uma das zonas que produz mais urânio.
A informação é de Fareed Nahdy, correspondente da agêncianIDAN (InDepthNesda) e foi distribuída pela Inter Press Service (IPS), dentro da campanha da Soka Gakkai International (SGI) sobre a abolição de armas nucleares.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão das Nações Unidas (ONU) e a União Africana (UA) anunciaram em meados deste mês a entrada em vigor do Tratado de Zona Livre de Armas Nucleares (ZLAN) na África.

O fato ocorreu após a ratificação por Burundi, no dia 15 de julho, que se converteu no 28º país a confirmar o convênio;
Argélia e Burkina Fasso foram os primeiros signatários em 1998, dois anos após a abertura do período de assinatura.
A entrada em vigor do tratado coincide com várias denúncias de exploração de minas de urânio por corporações norte-americanas, européias e israelenses; as denúncias dão conta que as corporações ligadas a governos estrangeiros teriam criado reserva de mercado de urânio.

As negociações para o acordo foram aceleradas depois que a China fortaleceu comércio com a África, levando ao continente ajuda tecnológica nas áreas de saúde, transporte e agropecuária.

Agora o continente foi oficialmente declarado zona livre de armas nucleares.

O convênio obriga os signatários a concluírem acordos gerais de salvaguarda na AIEA, semelhantes aos exigidos pelo Tratado de Não-proliferação de Armas Nucleares (TPN).

Também exige aplicação dos mais altos padrões de segurança e proteção física do material, das edificações e dos equipamentos nucleares para evitar roubos e usos não autorizados, além de proibir todo ataque às instalações dentro da ZLAN.

"A ZLAN africana, semelhante a outras como América Latina e Caribe, sudeste da Ásia, Pacífico sul e Ásia central, é importante medida que dá confiança e segurança e ajuda em nossos esforços para alcançar um mundo sem armas atômicas”, disse o diretor-geral da AIEA, órgão das Nações Unidas (ONU) Moahmmad El Baradei.

A África tem as mais ricas minas de urânio do mundo.
Muitas nações industrializadas precisam do metal africano.

A França depende totalmente da exploração de Níger para fazer funcionar suas 58 centrais atômicas.

Os outros produtores são Argélia, Botswana, Gabão, Gâmbia, Guine, Malawi, Mali, Marrocos, Namíbia, República Centro-Africana, República Democrática do Congio, Tanzânia e Zâmbia.
Além do sudeste da Ásia, a África é um dos maiores depósitos de lixo tóxico nuclear e radioativo.
A Somália ostenta a pior colocação a respeito.

Defensores do fim de armas nucleares no mundo afirmam que o tratado beneficia os países controladores de armas atômicas no mundo, como Inglaterra, EUA, Israel e Rússia, que deverão adquirir com exclusividade o urânio explorado na África, onde não existe recurso algum para enriquecimeto do urânio para fins pacíficos.

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