Norte-americanos querem ser gestor para repartir 400 bilhões de barris de petróleo e toneladas de diamantes, níquel e outros minerais com Rússia, Canadá, Dinamarca, Noruega e Finlândia
Alessandro Ursic
Os russos já cravaram bandeira no subsolo no Ártico, os canadenses ordenaram a construção de novos quebra-gelos, a Dinamarca ocupou ilha na região e realizou explorações, a Noruega e Finlândia sonham com a região que guarda enorme reserva de petróleo, já estimada em 400 bilhões de barris de petróleo, e milhares de toneladas de níquel, diamantes e outros minerais; agora, são os Estados Unidos, que mudam a estratégia para tentar controlar o tesouro oculto sob o círculo polar.
A Artic Oil & Gas, grupo privado, apresentou solicitação à Organização das Nações Unidas (ONU) para intervir como agente de desenvolvimento exclusivo da zona.
Embora reconhecendo que os depósitos de hidrocarburetos constituem patrimônio comum da humanidade, a região ártica necessita – segundo Artic Oil & Gas – de gestor privado principal, que possa colocar-se à frente de consórcio internacional de sociedades petrolíferas interessadas em repartir os recursos de modo eqüitativo.
A empresa utilizou em seus estudos as investigações de cientista canadense, que confirmou a presença de extratos rochosos “extremamente ricos” em hidrocarburetos sob o gelo ártico.
A corrida em busca das riquezas do extremo norte ganha, assim, novo participante. Graças ao derretimento das geleiras provocado pelo aquecimento do planeta, trata-se, nas próximas décadas, de converter toda a área ao norte do Círculo Polar Ártico, na nova terra prometida para os recursos energéticos, e abrir novas vias de comunicação naval através dos espaços ocupados pelo gelo até agora.
Em previsão que se costuma citar com freqüência – embora sobre esse assunto circulem as hipóteses mais descabidas – calcula-se que no subsolo ártico encontra-se um quarto das reservas mundiais de gás e petróleo ainda por explorar, além de diamantes, níquel e outros minerais.
Todos os países que se debruçam na região ártica (EUA, Rússia, Canadá, Noruega e Dinamarca, graças à Groenlândia) reclamam seu direito sobre zonas maiores ou menores na área. A repartição das riquezas acabará por traduzir-se, no mínimo, em luta legal.
A Convenção ONU sobre o Direito do Mar (UNCLOS) estabelece “Zona Econômica Exclusiva” (EEZ, por suas siglas em inglês) para cada país, a 200 milhas náuticas da costa.
Entretanto, resulta complexo calcular a amplitude da plataforma continental, ou seja, o prolongamento submarino da costa, que, para a UNCLOS, constitui a franja seguinte à “Zona Econômica Exclusiva” de cada estado.
Como em todas as febres do ouro, choques de interesses são produzidos. A União Européia também se deu conta disso há pouco, e mencionou, em um relatório, as “conseqüências potenciais para a estabilidade internacional e para os interesses da segurança da Europa” devidas às mudanças das “dinâmicas geoestratégicas da região”.
Fonte original, em italiano: http://www.peacereporter.it/default.php
Link: http://www.peacereporter.it/dettaglio_articolo.php?idc=0&idart=10563
URL deste artigo em espanhol, em Tlaxcala :
http://www.tlaxcala.es/pp.asp?reference=4952&lg=es
Tradução do espanhol para o português de Omar L. de Barros Filho, editor de ViaPolítica e membro de Tlaxcala, a rede de tradutores pela diversidade lingüística.
Esta tradução pode ser livremente reproduzida na condição de que sua integridade seja respeitada, citados os autores e as fontes.
Tradução do italiano para o espanhol de Gorka Larrabeiti, membro de Rebelión, Cubadebate e Tlaxcala.
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