Relações internacionais dos EUA: preparar... apontar...

Aumentam pressões para que sociedade civil retome controle sobre a política externa norte-americana

Com a aproximação das eleições presidenciais nos EUA crescem, no país, as pressões para a retomada do controle civil sobre a ação externa norte-americana, que, no governo Bush, passou inteiramente ao domínio da direita militarista.
Organizações de direitos humanos norte-americanas ganham espaço na mídia para denunciar que a política externa dos Estados Unidos é determinada pelo Departamento de Defesa do país, via Pentágono, e que o Congresso, dominado pelos republicanos, nada fez para impedir este movimento.

O poder do Pentágono cresceu através da criação de programas de ajuda militar, sob pretexto de guerra contra terrorismo, e através de operações militares do órgão no mundo, segundo o documento intitulado “Preparar, apontar, política externa”, divulgado na primeira semana de março pelas organizações não-governamentais.

As Ongs denunciaram a estratégia de dominação elaborada pelo grupo militar do Departamento de Defesa dos EUA, denominado Comando Sul, que supervisiona as operações militares norte-americanas no Caribe e na América Latina.
A estratégia foi divulgada em documento preparado pelo próprio grupo militar do Departamento de Defesa.
"Queremos ser como grande velcro no qual estas outras agências possam prender-se para que possamos fazer coletivamente o que esta região necessita”, disse o chefe do Comando Sul, James Stavridis.

O documento teve o endosso do Escritório de Washington sobre América Latina (Wola), do Centro para a Política Internacional (CIP) e do Fundo de Educação do Grupo de Trabalho sobre a América Latina (Lawgef), grupos coordenadores das ações de controle e dominação dos EUA sobre a América Latina.

As Ongs alertam a inexistência de controle do Congresso, do público e da diplomacia sobre a política externa do país.
"A política beligerante afetou os valores de direitos humanos em nossas relações com o resto do mundo e aumentou a imagem dos EUA como potência mundial baseada principalmente no poder militar”, advertem.
Segundo as Ongs, em maio de 2007, por exemplo, o Centro pela Integridade Pública (CPI, na sigla em ingês),
o órgão independente de controle de contas públicas, divulgou informação sobre o fluxo de bilhões de dólares do Pentágono para governos repressivos do mundo.
A denúncia das organizações não-governamentais diz que o desequilíbrio de poder entre civis e militares na política externa norte-americana foi comandado pela secretária de Estado, Condoleezza Rice, que reestruturou a ajuda estrangeira de maneira a transferir ao Pentágono a administração da assistência militar e, consequentemente, reduzir a supervisão do Congresso sobre o assunto; e pelo aumento vertiginoso dos recursos do Pentágono, cujo orçamento anual é de aproximadamente US$ 600 bilhões.

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