Papel do dólar como divisa de reserva está para chegar ao fim

Paul Craig Roberts (foto), ex-secretário assistente do Tesouro do governo republicano de Reagan, diz ter dúvidas se Bush destruiu mais a economia iraquiana ou a norte-americana



É difícil saber onde o governo de George W. Bush efetuou mais destruição, se na economia iraquiana ou na dos Estados Unidos.
No último número de Manufacturing & Technology News, o economista Charles McMillion observa que, durante os sete anos do governo Bush, a dívida federal dos EUA aumentou em dois terços enquanto a dívida imobiliária duplicou.

Este maciço estímulo keynesiano produziu resultados econômicos deploráveis.

O rendimento real médio da população economicamente ativa caiu.
A taxa de participação da força de trabalho diminuiu.
O crescimento do emprego foi patético, com 28% dos novos empregos estando no setor governamental.

Os novos empregos no setor privado são devidos a burocracias da educação privada e cuidados de saúde, além de bares e restaurantes.
Foram perdidos 3,75 milhões de empregos na indústria, sendo mais de meio milhão em cargos de supervisão.
O número de empregos industriais caiu ao nível de 65 anos atrás.
Isto é o perfil de economia do terceiro mundo.
A nova economia tem sido deficitária comercialmente em produtos de tecnologia avançada desde 2002.

O déficit comercial estado-unidense em bens manufaturados amesquinha o do déficit comercial em petróleo.

Os EUA não ganham o suficiente para pagar a fatura de importações e não poupam bastante para financiar o déficit orçamentário do governo.
Para financiar os seus déficits, a os EUA recorrem aos estrangeiros a fim de continuar a aceitar o derramamento de dólares e de dívida denominada em dólares.
Os dólares são aceitos porque esta é a divisa de reserva do mundo.

Na reunião do Fórum Económico Mundial em Davos, Suíça, em janeiro, o multimilionário negociante de divisas George Soros advertiu que o papel do dólar como divisa de reserva estava para acabar.
"A crise atual é não só o fracasso que se segue ao boom imobiliário, é basicamente o fim de período de 60 anos de contínua expansão do crédito baseada no dólar como divisa de reserva. Agora o resto do mundo está cada vez mais relutante em acumular dólares", afirmou Soros.
Se o mundo está relutante em continuar a acumular dólares, os EUA não serão capazes de financiar o seu déficit comercial ou o seu déficit de orçamento.
Como ambos estão seriamente desequilibrados, a implicação é ainda maior declínio no valor de troca do dólar e ascensão aguda nos preços.

Certos economistas romantizaram o globalismo, deliciando-se na miríade de componentes estrangeiros em marcas de produtos estado-unidenses.

Isto é bonito para país cujo comércio está equilibrado ou cuja divisa tem o papel de divisa de reservas.
É terrível dependência para um país como os EUA que têm estado ocupado a trabalhar para deslocalizar sua economia enquanto destrói o valor de troca da sua divisa.
Quando o dólar perder valor e perder a posição privilegiada como divisa de reservas, os padrões de vida estado-unidenses sofrerão golpe sério.

Se o governo norte-americano não pode equilibrar o orçamento cortando nos gastos ou aumentando impostos, no dia em que não mais puder tomar emprestado veremos o governo a pagar as suas contas imprimindo dinheiro como república do terceiro mundo.
Inflação e mais depreciação da taxa de câmbio estarão na ordem do dia.

Clique AQUI para ler este texto em inglês, no site Global Research

Paul Craig Roberts é autor de "Supply-Side Revolution: An Insider's Account of Policymaking in Washington", "Alienation and the Soviet Economy" e "Meltdown: Inside the Soviet Economy" e co-autor, com Lawrence M. Stratton, de "The Tyranny of Good Intentions: How Prosecutors and Bureaucrats Are Trampling the Constitution in the Name of Justice".


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